(Ler sem ouvir nada, apenas prestando muita atenção)
Meus amores, repitam comigo: Eu não vou por foto de casal no perfil de rede social. Eu sei, é lindo, é maravilhoso, vai ser pra sempre, vocês se amam e barara, e biriri. Experiência própria, amigas. Não grite sua felicidade, não apele. Não berre pro mundo o seu amor. Senão o mundo vai berrar contra o seu amor, é lei da natureza, queridas. E não vêm com essa de “o nosso amor é diferente”, diferente vai ser a sua cara no espelho chorando depois, com vergonha do que fez. Acredite na tia, ela sabe o que tá dizendo, ela já passou por tudo isso e um pouco mais. Ela já chorou, já se descabelou, já morreu por amor e continuou viva no mesmo dia. Já falou “eu te amo” e desistiu na semana seguinte. Todas juntas, agora: Eu não vou chorar porque ele não ligou. Eu vou pegar minha bolsa e vou sair, porque afinal, rei morto, rei posto. Anotem, porque essa parte é primordial pra uma vida plena, saudável e sem fossas semanais ouvindo musicas do Jota Quest. Ele vai prestar muito mais atenção em você, se te achar cobiçada. Grifem essa parte: Cobiçada, sim. Vadia, não. Uma mulher cobiçada atiça qualquer homem de verdade. Mas tem que ser homem. Muleques, meninos, garotos, crianças, adolescentes e afins não se encaixam. Contudo, eles também não se encaixam em nada do que eu disser. Na verdade, não se encaixam em nada, porque meninos só merecem uma coisa: meninas. O que não é o nosso caso: somos todas adultas, inteligentes e vacinadas. E ser mulher é difícil pra caralho. É uma puta duma responsabilidade. É ter que ter aquele jogo de cintura. Ser fatal e doce. Ser forte, sendo fraca. Ser mulher é de uma benção sem tamanho. Mas voltando, queridas, anotem: Quanto mais mulher você for, mais você vai assustar as criaturas de sexo masculino. “Porque?” me perguntem... E eu vos respondo: Porque eles são idiotas. São crianças de tamanho graúdo. Não passam de crianças que mudaram seus brinquedos. Homens tem medo de mulheres que aparentam ser maiores que eles. E não falo de altura não, falo de personalidade. Mas nem por isso devemos ter medo de ser grandes. O homem que conseguir lidar com isso, que conseguir conviver com uma mulher assim, merece tudo e mais. Voltando ao relacionamento: E quando acabar? E não me diga que não vai acabar, porque sempre acaba. Ok, nem sempre. Mas quase sempre. Lidar com isso é quase um dom. Qual sua primeira reação? Implorar pra voltar? Péééééééééa (barulho de buzina) Resposta errada. Chorar até desidratar? Ameaçar se afogar no rio Tietê? Cair na balada? Pegar o melhor amigo dele? Por favor, não me envergonhem. Vamos agir racionalmente, suas loucas passionais. O primeiro dia, use pra chorar um pouco, mas acima de tudo pra refletir. Qual o motivo da separação? Qual o problema do relacionamento? Existe ainda um relacionamento? Ao invés de tomar cinco litros de sorvete, assistir Um amor pra Recordar e chamar suas amigas pra casa pra contar como ele foi insensível e cruel, seja racional, sem drama, sem mimimi, sem frescura. É seu futuro que tá em jogo, é o futuro dele. É a vida de vocês. Ou não. Atraso de vida é pecado, é uma maldade enorme com si próprio. Vamos pensar mais, pensar melhor. O que for pra acontecer, acontece. Sem pressão, sem cobrança, sem apelo, nem flores, nem bombons. Amor que é amor, não precisa disso. Não é gritado em frente a portão, nem em rede social, nem em lugar nenhum. Amor de verdade é falado baixinho, um pro outro. Então vamos repensar se o que a gente sente é mesmo o famoso do amor. Vamos repensar se o que a gente quer é mesmo aquele cara que não tem nada a ver com o que você espera pra sua vida. Carência é uma droga, eu sei. Mas o sofrimento depois não vale a pena. Vamos tratar o amor como o sentimento adulto que ele é, e deixar a infantilidade pros apelidinhos boiolas que vocês vão arrumar um pro outro. Chega de falar “eu te amo” porque tem que desligar o celular, “eu te amo” não é “beijo, tchau”. Eu te amo é eu te amo. Fale só quando quiser dizer isso. Dê valor pro sentimento, pro que o que você sente tenha algum valor. Esperar atitude masculina é coisa do século passado, mas se oferecer é coisa da primeira profissão do mundo. É coisa de vadia. Gostar de alguém não é se atirar aos pés dela. Não gostar de alguém, não é humilhar a pessoa, muito menos ignorar. Respeito é bom, e todo mundo conhece o outro lado. Aprenda a gostar de você, pra esperar então, que alguém mais goste. E por hoje é isso. Dúvidas e elogios, por favor abaixo por comentários. Não se acanhem, a titia não morde. Até a próxima aula e um beeeeso.