terça-feira, 3 de outubro de 2017

Um texto pra abraçar e ser abraçado.

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Você vai se sentir perdido. Uma ou dez vezes na sua vida. Às vezes vinte. Você vai olhar pros dois lados da sua vida e não saber mais de onde veio e pra onde vai. Vai se perguntar como foi parar ali. Acontece mais do que as pessoas admitem isso. Eu gosto de admitir as coisas que as pessoas não admitem. 
Eu não tenho me sentido tão bonita quanto eu gostaria. Aí você que está lendo vai me dizer pra não me sentir assim, que sou linda, yeah. E eu vou balançar a cabeça e dizer que tudo bem. Mas não tá. 
Eu não tô me sentindo feliz com coisas simples, nem tenho conseguido amar as pessoas como deveria. E você aí, lendo. Vai parar e refletir, pensando no quanto isso está errado e eu preciso melhorar. É verdade, mas não é tão simples quanto parece.
A gente fica diferente quando está dolorido. A gente perde o senso dos limites, das noções, dos sentimentos. Eu não sei bem ainda se esse texto é um desabafo ou um abraço pra quem também se sente assim, talvez as duas coisas. 
É difícil ser adulto. É difícil amar e não ficar louco enquanto ama. É difícil conciliar sentimentos e pessoas e problemas e um caralho se extensões disso tudo. Eu nunca me senti tão sozinha. E nunca fui tão sozinha, também. Dizem que a gente decide se a solidão é tristeza ou liberdade, eu acho que tem um pouco dos dois. 
A fase é braba, meu querido leitor. 
Talvez você me entenda e me abrace. Talvez eu só queira colocar isso tudo por escrito pra me sentir mais à vontade, por sentir tanta coisa que a gente não admite. Talvez eu só queira uma concessão pra poder ficar triste e quieta um pouco, sem me justificar. É um saco sorrir quando não tá afim. Mas a gente sorri.
Eu sorrio o dia todo e por vezes não sei mais se o sorriso é meu ou não. Mas eu vou me levantar. Eu vou sorrir sem vontade até o sorriso surgir sincero. Semana passada fui ao médico e depois da lista de remédios e recomendações, eu disse que morava sozinha. Ele disse que eu também sofria do mal do século. Perguntei se existia receita pra aquilo.  Ele riu e disse: você tem você, qualquer pessoa que tenha você deve ser sortuda, até você mesma. 
Que meu remédio seja eu mesma. Que seu remédio seja você mesmo. Que nossos remédios sejam nós. 
Nós, laços e fitas. Sem apertar ninguém, só embrulhando um dia melhor. 



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