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quarta-feira, 16 de abril de 2014

Um pseudo amor.

Ler ouvindo O mundo é um moinho.




Comprei um livro do Bukowski, pensando em você. Que diferença faz? Nenhuma. Mas comprei. Assisti aquele filme que você disse que era bom. Era bom mesmo. Ainda gosto de ouvir as músicas que você me apresentou. Quando ouço aquela que fala sobre procurar estrelas distraídas, me sinto sentada ao seu lado. Chego a sentir seu cheiro, vê se pode? Não pode. As vezes, saio pra andar sozinha te imitando. As vezes, acho sua voz em vídeos antigos. Mas você não sabe nada disso, porque não está aqui pra ver meu riso baixo, quando alguém fala com o teu sotaque. Você me perguntou outro dia, o porquê não te amo mais. Eu não soube o que dizer. O amor ainda tá aqui. O amor mora aí. Mas nosso amor não se casa, cê me entende? Nosso amor tem frequência oposta. Acho que amor de poeta tem que ser assim, inalcançável. A rima fica mais bonita. Nosso amor nasceu pra ser verso, não vício. Não quero ser mais uma, pra você. Prefiro assim, ser seu talvez. Ser sua lembrança bonita, seu sorriso de canto de boca. Prefiro viver a esperança de que tivesse dado certo, do que a certeza de ter dado errado. Prefiro gozar o amor que não existe. Eu prefiro você e preferiria você, mil vezes. Em multidões, aqui ou na China. E você me daria o mundo. Que mundo? Eu sei lá, tanto faz. Você daria. Acho que você já deu. Essa coisa bonita que me brota no peito, quando penso que você existe. E compro livros, assisto filmes, saio sozinha andar por aí. E faço de mim, o melhor que posso ser. Porque sei que é isso que você esperaria, é isso que você me mandaria fazer. E sigo a risca, vivendo nossa história a dois sozinha. Por outros corpos, outras vidas. E sei que vive o mesmo, em outras bocas e outras madrugadas. Mas quem se importa, amor? Que importa o que vivemos lá fora, se o que temos é aqui dentro? Não tem nada mais poético que um pseudo amor, eu sei. Não existe nada mais inspirador. Fale de mim, nos seus versos. Deixe seu mundo ter minha cor. E que o mundo lá fora exploda, que o amor real vire poeira. Vamos viver a poesia.
Que amor é esse capaz de ignorar tempo e espaço? 
Eu não sei. 
Mentira, bobagem. 
Amor.









quarta-feira, 9 de abril de 2014

Os 22.




Começar é difícil. 
Começar esse texto está difícil pra caramba.
To cheia de frases curtas e versos sem rima. Já tô com 22. Não sou mais menina faz tempo, apesar da minha voz fraca e do meu sorriso bobo não dar muita convicção a esse fato. Já tomei muito tapa na cara, da vida. Desde pequena, sabe? Fui passada pra trás incontáveis vezes, a vida gritou na minha cara desde menina que esse negócio de sobreviver é complicado. Sobrevivi. E tive que começar muitas vezes. Novos ciclos, novos planos. Novos sonhos. Eu tenho um lado sentimental demais, normalmente ele me trai. Acabo dividida entre o que preciso e o que quero fazer. Aprendi escolher a precisão. Não dá pra ser sempre amor, as vezes é preciso ser força. É preciso ser razão. É preciso saber nadar pra poder salvar outra pessoa do afogamento. Eu vivia me afogando, junto. Vivia náufraga. Costumo pensar que o destino cobra o preço de quem nos rouba, por isso nunca guardei mágoas. Tenho algumas dores, sim. Escondidinhas, no cantinho do peito. Quem não tem? Mas são inofensivas, são só lembranças. Acho que a vida é muita cara, pra gente gastar com pequenices. Escrevo de graça, que é pra espalhar coisas boas. Feito aquelas sementes que a gente sopra no vento, esperando que alguma delas caia em terreno fértil. Não admito tudo que existe, mas aceito quase tudo. Respeito. Isso sempre tive em mim, acho essencial. Quem sou eu pra dizer que o outro é pior? Ninguém. Sou só mais alguém, que acerta as vezes, que erra quase sempre. Aprendi a conjugar o verbo amar na primeira pessoa do singular. Eu amo. Consegui entender que amor, a gente só adquire depois de batalhar muito. A gente só consegue amar, depois de entender que o amor é mais do que sentir afeto, mais do que uns beijos bons, uns fins de semana acompanhado. O amor é um troféu, que a gente tem que lutar todo dia. Eu já tentei encontrar minha felicidade no peito do outros, achando que meu sorriso moraria lá. Que boba. Demorei pra ver que só meu peito seria capaz de me guardar. Hoje em dia, sou livre. E não falo de de relacionamentos ou de uma liberdade forçada, regada a álcool e noites pelas ruas. Falo de liberdade aqui dentro. Meu peito é livre, meu coração é livre. Tirei de mim todo cadeado e corrente que me segurava. Hoje sei amar, com verdade. Sei sorrir, sem medo. Sou livre pra escolher meus destinos, meus sonhos. Aprendi que felicidade é hoje, que amanhã é muito tarde. As coisas boas são maiores e melhores do que as ruins. 
Sem armadura, hoje eu sei que meus 22 valem a pena. 
Afinal, nada é tão definitivo, só a mudança.








quarta-feira, 2 de abril de 2014

Re-amar.




Se eu cair, cê me segura amor? Me segura. Eu to com medo. 
A gente diz muita bobagem quando tá bravo, eu sei. A gente diz e faz coisas que nem devia. Bate porta, grita, fala demais. E depois dói. A gente tem tanto, amor. A gente é tão bonito junto, você vê? Será que você também percebe? A gente é engraçado. Tem umas manias de casal velho, de saber o que o outro vai fazer e ficar rindo antecipadamente. A gente tem uma química tão legal. Mas tem horas, que sei lá. Sei lá. Dá vontade de sair por aí, mandar você a merda. Fazer umas loucuras. Tô fraca, amor. Acho que todo amor deveria dar uma carga extra de força na gente, sabe? Tipo um super poder. Devia sim. É que as vezes amar é tão difícil. Amar exige da gente coisas que eu nem sabia que existiam. Dá vontade de chutar tudo pro alto, meter o pé na barraca. Dá um aperto no coração. Meu coração tá do tamanho de um grão de arroz hoje, amor. Chorei a noite toda. Será que todo amor tem que ser assim? Eu sei que não existe manual de instruções, nem fórmula mágica. Eu sei. É que amar é uma canseira danada. Meu coração tá um caos. Minha saúde tá fraca. Eu nem sei se eu aguento. As vezes me pergunto se o amor vale mesmo a pena. Se não é só mais uma das nossas fraquezas humanas, nosso medo de viver sozinho. Nosso medo de não ser ninguém. Necessidade de ser alguém, pra outro alguém. Sei lá. É que quando eu penso em ser feliz, eu penso em você. Na gente junto, rindo. Isso só pode ser amor. Quando eu penso em tristeza, eu quero seu abraço. Esses braços enormes que acabam me estrangulando e eu tenho que pedir pra você diminuir a força, pra eu respirar. E vale a pena. Quando eu consigo te surpreender com cócegas e você dá um pulo de susto, rindo. Vale a pena, sim. Eu não sei se qualquer amor vale a pena, mas o seu vale. Mesmo que eu brigue com você por bobagens e você acabe gritando. E você me magoe por falar sem pensar. Mesmo que as vezes nossos corpos pareçam que não tão encaixando ou que nossos atos pareçam todos feitos pra irritar um ao outro. A gente se ama. Se eu cair, cê me segura? Eu te seguro. Pro resto da vida, eu te seguro. Mas eu preciso sentir que você não quer cair, cê entende? Eu não sei se amor é mesmo aquele negócio que dizem por aí, eu nem sei mesmo se amor existe. Quem é que sabe? Eu só sei que a vida é melhor, com você. E mesmo tendo todos os defeitos do mundo, você ainda é melhor do que qualquer um. Então, só me promete que não vai desistir. Mesmo que existam noites de incerteza e dias difíceis. A uns dias atrás, sonhei que me perdia a noite, que não enxergava nada além dos meus pés e de repente você aparecia, dizendo que tinha passado a noite inteira me procurando. E junto com você, eu enxergava muito melhor. Acordei e me toquei do quanto aquilo fazia sentido. Eu acho que amor é isso. É enxergar melhor, é ir mais longe. 
Eu te seguro, eu prometo. Eu solto do mundo e seguro sua mão.









quinta-feira, 27 de março de 2014

Superar.




O amor não é superável. Ninguém deixa o amor pra trás, ninguém esquece completamente. Se fosse feito pra esquecer, não seria amor. Seriam esses outros derivados, essas paixões de meia estação. Mas amor não, amor é pra ficar. Amor é tatuagem. E a gente faz todo tipo de tratamento e ela fica quase apagada. Quase ninguém percebe. Mas a gente sabe que ela ainda está ali. E sempre quando a gente se olha, sabe exatamente o tamanho da cicatriz. O problema é que as relações acabam, as pessoas vão embora. As pessoas mudam. A gente muda. E o amor vira uma mala velha sendo carregada de um lado pro outro, enquanto a gente se pergunta: O que que eu faço com isso? O amor não é superável. Então a gente sai a noite e procura em outras bocas o amor que foi deixado. A gente se entope de remédio e tenta dormir. A gente tenta achar uma desculpa, uma saída. Chuta as almofadas, joga celular na parede. Todo fim de amor é um pouco do fim da gente. A gente morre um pouquinho, junto com o amor. Porque amor nenhum deveria morrer. E a gente engole a seco, o resto da vida.  Porque amor nenhum deveria ser deixado, nem deveria ser engolido. A gente estanca o ferimento e sorri, até acreditar que parou de doer. Ninguém supera uma morte. E a gente segue em frente, aos trancos. Reaprende a viver, tateia no escuro. A gente fica em pé de novo, fica mais forte. E as pessoas nos olham nos olhos e nos parabenizam por superar o amor. Eu não superei, ninguém supera. Mas de repente um dia a gente decide largar essa mala numa estação qualquer e sai de lá correndo, pesando vinte quilos a menos. Deixa eu te dizer: o momento em que o amor acaba é quase tão bonito quanto o momento em que ele começa. Assim como o amor é uma decisão, o desamor também é. E você pensa em voltar a estação mil vezes, porque se acostumou aquele peso. Mas não dá mais. Não é mais o certo, talvez até nunca tenha sido. Aquela mala não faz mais parte de você. E esse momento é carregado de amor, também. E a história vira lembrança. E a lembrança vira passado. O amor vira passado, como tantos outros. É uma decisão.









terça-feira, 18 de março de 2014

Será isso mesmo?

Ler ouvindo Catedral.






Aqui estou eu escrevendo sobre você, de novo.
Depois de jurar tantas vezes que não escreveria mais, depois de já ter matado nosso amor de vários modos. Depois de tudo, estou aqui. E você, por onde será que anda? Já faz tanto tempo. A última vez que te vi achei seus olhos tão tristes. Fiquei triste também, tomei um porre e passei mal a noite inteira. Tem muita coisa sobre mim que você nunca soube. Eu sempre tive um medo absurdo de você, parece loucura eu sei. Você foi o único homem que me causou repulsa e tesão ao mesmo tempo. Será isso mesmo o amor? É esse negócio sem nome que parece que vai afogar, mas na verdade faz a gente ter ar. Esse negócio que sempre dá a impressão de que vai passar, mas nunca passa. E a gente segue em frente. A gente passa uns cortados pela vida, conhece outro alguém, vive outra vida, bebe até ficar de porre, compra roupa nova, troca de carro, mas aí alguém passa perto com seu perfume, com seu timbre de voz, com seu sorriso infantil e as lembranças gritam. As lembranças berram. Não que eu não seja feliz hoje, eu sou. Não vou mentir pra você. Mas acho que todo mundo tem alguém assim, que causa uns arrepios quando lembra. O amor tá longe de ser a coisa mais importante num relacionamento, taí o que você você nunca entendeu. Nós sempre tivemos o amor, você sabe. O problema era o resto, todo o resto. Eu me lembro de quando você surtou de ciúme e me pediu pra te esquecer. Eu nem chorei. Mas aí depois de uns dias, você me mandou uma mensagem com um trecho da peça de teatro que eu tinha te convidado pra ir e você não quis. Eu te juro: sentei na cama e chorei por quase uma hora. Isso você nunca soube. Isso e mais tantas outras coisas. Não sabia que todas as minhas histórias eram só pra ser amada. Era só pra te trazer bem pertinho de mim. Era só pra eu não me sentir sozinha. E meu Deus, como eu fiquei sozinha sem você. Será isso mesmo o amor? Eu ouvi dizer que o amor somava. Mas nunca fomos 'nós'. Sempre fomos 'eu e você'. Você não deixava, eu não estava pronta. As vezes quando o celular toca de madrugada, tenho esperança que seja você dizendo: 'Oi... te acordei?'. Mas não é, nunca é. As vezes acho que fiz o certo, sabe? Ficar com você teria sido suicídio. Eu não aguentaria viver tão a flor da pele. Eu preciso de paz, sabe? Você sabe. A vida já é dura demais pra eu me dar ao luxo de um amor doentio. Foi isso que eu fiz, eu fui embora. Eu desisti porque não conseguia conviver com um amor tão maluco, que me deixava em transe. Eu desisti do amor. E desisti de você. 
"Tornar um amor real é expulsá-lo de você, pra que ele possa ser de alguém". 
Eu te deixei por amor. Isso, eu tenho certeza, você nunca soube.
Será isso mesmo o amor?












segunda-feira, 10 de março de 2014

Eu, você e a raposa de pelúcia.

Ler ouvindo Olhos Certos.





Tem vezes em que a relação desanda, tem vezes em que parece que tudo vai acabar e que não vai mais dar pé. E a gente fica se perguntando o que ainda está fazendo ali, o porquê de ainda não ter desistido. Com a gente não foi diferente, já pensamos em saltar do barco muitas vezes, já chutamos o balde e jogamos nossos sonhos pro alto, como se fossem nada. O engraçado é que nunca saímos do lugar, apesar de tudo. Sempre ficamos ali, mesmo com todas as chances de ir, esperando os sonhos caírem de novo nas nossas mãos. Esperando nossa fé voltar e nosso amor ganhar força de novo. Dessa vez não quero escrever sobre como nossa relação é incrível, nem como eu te amo ou coisa assim. Quero dizer que hoje fui arrumar minha bolsa e achei a Fox, nossa raposa de pelúcia. Aquele chaveirinho que você me deu na lanchonete, depois de ficarmos horas no hospital lotado por causa do seu joelho. E fiquei rindo sozinha, lembrando da sua cara perplexa por eu tratar a Fox como membro da família. Rir e dizer que sou louca por tratar um bicho de pelúcia rosa com a barriga listrada com tanto amor. Naquele momento eu me toquei do quanto nosso amor é simples e diferente, igual a nossa raposa de pelúcia/estimação. Eu sou estranha, você é um chato. E mesmo assim, nos damos amor. Nossas personalidades se trombam todo dia, mas se abraçam a noite cansadas de brigar. Nossa descendência, nossa religião, nossos gostos. Nada combina. Nada a ver, a gente mesmo diz. Somos rosa com a barriga listrada. Nós somos opostos em tudo. Quer dizer, em quase tudo. Temos algo em comum: a vontade de estar juntos. E isso sempre prevalece. Prevaleceu no nosso começo, quando tínhamos medo que o outro desistisse, então ficávamos com um pé atrás o tempo todo. Prevaleceu quando a rotina parecia nos sufocar, os problemas pareciam maiores que o amor. Prevaleceu quando as dúvidas tomaram conta. Prevaleceu, mesmo quando eu te pedi pra ir embora e disse que não te queria comigo, mas você ficou. A nossa vontade de estar juntos prevaleceu quando você num surto, disse com olhos vazios que não dávamos certo e que queria seguir sozinho, virou as costas e foi embora. Mas voltou no outro dia, com os olhos de menino que eu conheço tanto e disse que ficaria, mesmo que eu dissesse não querer mais. Desbancamos a astrologia, a compatibilidade e a previsão dos signos. Desbancamos nossos próprios conceitos, pra ficar juntos. Desmontamos nosso orgulho, só pro nosso amor se acomodar melhor. Nós somos a insistência de um amor real, que não aceita ser esteriótipo. Não há quem duvide do nosso amor, meu bem. Não há quem duvide da nossa história, bonita e sincera. 

Nós somos a prática vencendo a teoria. Somos amor, sem máscaras e sem receitas.











quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Retratação.

Ler ouvindo Perfeita Simetria.



Eu menti. 
Só queria dizer isso.

Se é que ainda cabe algum tipo de diálogo entre a gente, eu menti. Eu disse que te esqueci, eu disse que preferia ficar sem você. As pessoas me perguntaram de você e eu respondi que nem sabia. Era mentira, também. Eu sabia. Eu queria que soubesse que aquela moça te oferecendo o emprego dos seus sonhos, era uma amiga minha te ligando porque eu pedi. Queria ouvir tua voz. Desculpa, era eu o tempo todo. Fui eu que te consegui aquela entrevista, na firma lá da rua do centro que você sempre quis. Outra mentira minha: eu nunca te matei na minha vida. Eu te deixei em coma, bem quietinho e fiquei sentada ao lado da sua cama chorando. Eu nunca matei você. Eu não teria coragem. Eu me entupi de outras pessoas, só pra tentar parar de te enxergar em todos os lugares. Eu só queria parar de imaginar você do meu lado. Eu precisava me desintoxicar, você entende? Eu menti. Eu menti todos os dias pra mim, dizendo que eu estava melhor sem você. Menti tanto que acreditei. E jurei pra mim mil vezes que o nosso amor era uma mentira. Eu te procurei em todas as esquinas, em silêncio. Eu me vesti todos os dias na esperança de te encontrar sem querer, por aí. Passei na rua da tua casa, algumas vezes. Nunca tive coragem de parar. Assim como não tive coragem de ficar. Assim como fui embora, assim como menti. Foi melhor assim. Não ache que foi falta de amor, nem nada assim. Foi algo inside, o problema era aqui dentro. Eu precisava mais de mim e no fim eu percebi que tudo que eu achava que era eu, na verdade era você. Encontrei aquele teu amigo músico esses dias, ele me perguntou como eu estava, respondi de imediato: tô-ótima. Mentira. Penso em você, quase sempre. Começo a escrever sobre qualquer assunto e termino falando de você. Aí apago o texto todo, começo outro assunto e você surge. As vezes faço textos te querendo de volta. As vezes escrevo imensas cartas de despedida. As vezes, só sinto saudade. Estranho, né? Nem eu mesma sei dizer o que foi que sobrou aqui, dentro. Nem eu mesma sei dizer porque você está tão vivo aqui. Só sei que está. 
Eu não espero que te dizer tudo isso vá mudar alguma coisa entre a gente, até porque eu nem sei se quero que algo mude. Eu só não quero mais mentir. Eu só não vou mais fingir pra mim que você foi só mais um, que o amor é uma bobagem e que eu posso viver por aí, como qualquer um. Eu não posso. O meu amor por você é sagrado, vai ser sempre. Nossa história vai ficar pra sempre em mim, escrita em versos mentirosos que fiz pra dizer que tudo acabou. Pena que é mentira.









sábado, 22 de fevereiro de 2014

Desabafo.

Ler ouvindo The Scientist.

As pessoas me perguntam se estou bem. Sorrio e afirmo que sim. Não entendo metade do que dizem, parados na minha frente. Perguntam mais alguma coisa. Tanto faz. Sorrio em um gesto de gratidão. Que diferença faz ficar aqui? Eles dizem. Ela quer ficar sozinha. É, eu quero ficar sozinha. Eu quero? Eu não sei o que eu quero. Eu torço pra alguém chegar, só por torcer pra alguma coisa acontecer. Alguém chega e começa a falar também, aí torço pra todos irem embora. Já tentei chorar, abraçar travesseiro. Já tentei me descabelar, deitar no chão do banheiro. Já tentei jogar objetos na parede e sentar no chão atrás da porta. Tentei escrever. Já fiz uma carta de despedida. Já saí sozinha pela rua tentando fugir de mim, como se alguma dessas coisas adiantassem. Procurei na internet se já foi realizado algum transplante de coração causado por dor. Causado por ausência. Não, não foi. O seu time ganhou, ontem. Em outra época eu te ligaria logo de manhã, pra contar. Você diria que sabe, viu o jogo obviamente. Mas eu emendaria outros assuntos, só pra te ouvir dizer qualquer coisa com voz rouca, de sono. Em outra época, eu acordaria sorrindo. Estranho como as coisas acontecem, né? Em um dia, não se é nada pra outro alguém, no outro dia pode-se ser tudo. No outro dia, pode ser nada novamente. Que montanha russa. Eu não estou sofrendo, quero deixar claro. É só uma fase de transição, tô assimilando os golpes. As pessoas chegam, as pessoas vão. Eu fico. Mais alguém pergunta se estou bem e vai embora. E eu fico. Você foi embora, eu fiquei. Feito um vaso de flores, parada bem no meio do corredor. As pessoas desviam de mim. Interessante como as pessoas se afastam, quando paramos de sorrir. Ninguém tem culpa da minha fase, eu sei. Ninguém mandou você embora, ninguém me mandou ficar. Mas você foi, eu fiquei. Estou repetitiva. Tentei sair com uma amiga semana passada, repeti sete vezes a mesma frase. "Tem horas em que tudo isso parece um pesadelo, daqui a pouco eu acordo". Eu sei que não vou acordar, eu nem tenho dormido muito ultimamente. Sabe quando seus pensamentos ficam num fundo branco, como se flutuassem? Não, ninguém sabe. Por isso não falo. Sorrio e afirmo que sim, estou bem. Ninguém enxerga o vácuo no meu peito. O vazio que dói. Como se tivessem aberto um buraco aqui dentro e tirado tudo do lugar. Estou em escombros. Me deixa aqui quietinha, até me reconstruir. Me deixa ficar aqui, de porre. Me deixa acreditar que você vai aparecer ali na porta e me tirar do meio dessa gente que fica encostando a mão no meu ombro, pra me perguntar se estou entendendo o que eles dizem. Deixa que eu fique assim, um pouco?
Deixa eu ser humana? Deixa eu colocar as coisas aqui dentro no lugar.
Deixa eu voltar a respirar? 
Deixa a minha dor doer, deixa a minha dor passar.










terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Proposta.



Olha só, eu não quero te amar com um conta-gotas. Desculpa, mas se for assim, eu prefiro ir embora. Eu não nasci pra amar pouquinho, pra amar só de quinta-feira a noite, pra amar só até amanhã e depois tchau, foi bom enquanto durou. Eu sou de verdade, rapaz. Eu não sou dessa meninas que você encontra por aí que não querem saber do amanhã. Eu quero. Mas quero, se for de verdade. Não me diz que sou diferente, que sente algo especial se for só por brincadeira. Não me conquiste, se não for ficar. Eu sei que tenho esse jeito de decidida e mulher bem resolvida. Mas ouve isso: é tudo disfarce, tudo mentirinha. Sou uma menina, sonho com um amor bonito, quero ter uma casa e filhinhos que andem de frauda pela casa. E você pode dar risada, eu não me importo. Mas é o que quero, é o que sonho. Se teu sonho for diferente, vai embora. Não me faz acreditar que você é um príncipe, se você for o lobo mau. Tô te pedindo, seja sincero. Eu não quero encontros marcados, nem ter dia da semana pra te amar. Eu quero te ver quando der na telha, quero te ligar de madrugada e saber que vai me atender, com vontade. Eu não quero você no sábado a noite, quero você no domingo de manhã. Eu quero ser sua amiga, em primeiro lugar. Quero me sentir parte da sua família, quero uns apelidos estranhos pra gente se chamar e dar risada. Não precisa viver grudado em mim, Deus me livre. Mas seja sincero, quando voltar. Curta seu futebol e sua cerveja, vou estar por aí também. Comprando meus livros e esmaltes. Vou te ligar e falar que perdi (de novo) as chaves. Eu quero que nossa relação não dependa de status, nomes ou redes sociais. Quero poder pular no teu colo, te enchendo o rosto de beijos só por sentir vontade de fazer isso, sem que você me ache uma louca. Quero poder chorar com meus filmes e músicas e você não me achar ridícula. Quero reciprocidade, isso mesmo. Antigo isso, né? Eu não me importo. Quero que sonhe meus sonhos, quero sonhar os seus. Não quero que me tire do chão, quero que ande comigo, passo a passo. Não preciso que queira tudo que eu quero, só quero que fique feliz quando eu ficar. Eu só quero verdade. E se não puder me dar isso, não me ofereça amor. Não me diga que vai ficar. Não me peça pra te esperar, depois das 3 da manhã. Eu não quero ser sua última escolha de fim de noite. Eu não quero ser mais uma. 
Eu só aceito, se for amor. Eu só aceito, se for pra valer. 








segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Sobre amores e verdades.


Eu quero começar dizendo que nem sempre o amor é eterno. E nem sempre o amor é tudo, numa relação. Não tem fórmula, nem prazo de validade. O amor não é aquele negócio lindo e sem fim que a gente assiste na Sessão da Tarde. O amor é difícil, menina. O amor bate na cara da gente. E as vezes vai embora, quando deveria ficar. Fica, quando deveria ir. O amor é feito a gente, sabe? Vive fazendo bobagens. O amor é que nem uma receita de bolo, as vezes a gente tem todos os ingredientes e segue tudo a risca como diz no caderninho da vó, mas o bolo desanda. O bolo não cresce. O bolo queima. O bolo vai pro lixo. Nem sempre o amor tem razão. Nem sempre o amor vale a pena, menina. Isso é que é difícil de entrar na cabeça, né? Nem sempre vale a pena. E como é que a gente mede a valia do amor? Boa pergunta. Quando é que a gente decide que é melhor ir, ao invés de tentar de novo? Eu acho que a gente sente. A gente sente que o amor virou só apego, virou só rotina, virou só costume de estar ali. A gente finge que não vê, diz que é fase, diz que o outro vai voltar a amar amanhã ou depois. Mas no fundo, a gente sente que o amor ficou sem sal, só não quer assumir. Acho que esse é o maior problema, aquela mania de achar que o amor tem que ser igual de filme. Mas olha só, pensa comigo: filme só dura duas horas. E o amor? O amor só dura o que tem que durar. E depois renasce em outra vida, em outra história. Renasce por aqui mesmo, com outros personagens. Em outra direção. Cê tá me entendendo, menina? Amor não é aquilo te te tira do chão, é aquilo te poe no eixo. O amor de verdade não tem nada a ver com borboletas no estômago, mãos frias, noites sem dormir e falta de ar. Amor é pé no chão, são mãos quentes e entrelaçadas. Amor é respiração controlada. É sono tranquilo. Amor é o telefone que toca todo dia, é a reciprocidade. É decidir por um mesmo caminho. E não tem nada de conto de fadas, nem glitter pelo ar. É preto no branco, é decisão. E nem sempre é pra sempre. Somos tão pequenos. Mudamos tanto, todos os dias. Como é que vamos esperar que o amor seja sempre igual? As vezes ele muda e a gente fica. As vezes a gente muda e ele fica. Não é porque um amor se foi, que um outro não possa chegar. Não possa ficar... O amor só exige uma coisa: verdade. O modo, o tempo, a loucura, a vontade pouco importam. Se tem verdade, pode ter amor. Quem somos nós pra julgar? 
Quem sou eu pra dizer que existe alguma razão, no amor?
Eu só quero que as idéias sobre o amor sejam renovadas. Que a gente pare de acreditar num amor tão antiguado, tão desumano. O amor é real, é bonito, é tudo aquilo que a gente quiser que ele seja. O amor tá aqui dentro, tá aí dentro. Basta que a gente cuide dele. 
Basta que a gente acredite. Basta que a gente decida.











quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Oi amor.


Ler ouvindo Encontro.


Você deve estar dormindo agora, porque chegou cansado do trabalho e me deu uma vontade louca de escrever, quando te imaginei todo bonitinho dormindo. Hoje eu fiquei bastante tempo deitada, depois de te ligar, a gatinha estava ronronando no meu colo e eu estava aconchegada na cama. Eu fiquei lembrando de quanto tempo, eu tenho o costume de te ligar só por rotina. E de te ouvir falar que está cansado. E contar as bobagens do nosso dia-a-dia. Dar risada das nossas piadas, combinar nossa rotina, falar sobre qualquer coisa. Eu me lembro do nosso começo e do desespero que eu tinha de que qualquer dia você sumisse, porque não era normal um relacionamento ser tão legal, assim. Eu me lembro do seu primeiro 'te amo', falado meio rapidinho e eu pensando em câmera lenta "Meu Deus, olha o que ele tá dizendo, ele disse que me ama, ele... ah meu Deus". Eu me lembro de chorar no seu ombro, todas as minhas dores, enquanto a gente nem tinha pra onde ir e estava numa ponte abandonada, no meio do nada. Eu me lembro de ouvir todas as suas histórias com um ciume absurdo de todas as suas aventuras passadas e de sentir querer te prender num quarto e nunca mais te deixar ser de mais ninguém, ser só meu e pronto. Eu me lembro de te dizer isso e você rir como se o mundo fosse acabar. Eu me lembro das nossas brigas, de querer te matar tantas e tantas vezes. E olhar pra você 15 segundos depois e já não existir vontade nenhuma. Eu me lembro do seu abraço no meu pescoço quando dorme, que mais parece um cachecol. E do seu cheiro de fábrica. E do seu perfume bom. Aquela sua voz manhosa, quando quer carinho. As suas grosserias engraçadas, que só eu acho engraçadas. E de tudo que você é. Você não é nada parecido com um príncipe encantado, sabe? Você nunca me acordaria do sono eterno com um beijo, porque provavelmente você dormiria mais do que eu ou teria preguiça de ir me resgatar. Você não me deixaria comer uma maçã envenenada, porque provavelmente você teria comido tudo antes. E mesmo assim, eu te chamo de príncipe. Eu te chamo de amor.
Digo com todas as letras que você é o dono dos dois buraquinhos que tenho na coluna e do meu cabelo enorme que você adora ver solto. 
Digo sem vírgulas que te amo e não gosto nem de pensar em ficar sem você. 
Porque eu sem você, sou sem graça. Sou sem sal. Sou sem cor. Sou sem luz. Eu sem você, nem sou eu.










quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Conselhos.





Dizem que se conselho fosse bom, a gente venderia. Não concordo. Já ouvi tanto conselho bom, de graça. Conselho que as vezes nem era pra mim, mas encaixou certinho. Eu acho que quando a gente gosta, a gente tenta avisar quando vê o outro fazendo bobagem. Eu pelo menos, sou assim. As vezes falo até demais, por não querer que o outro sofra. Por isso decidi escrever um texto com os conselhos que são importantes em qualquer fase da vida, em qualquer momento, pra qualquer pessoa.
1 - "Ame ao outro como a ti mesmo". Tá na Bíblia, mas presta bem atenção, é pra amar 'como' a ti mesmo, não mais do que a você. Você pode amar mil pessoas, pode amar muito, pode amar demais, mas não pode deixar que esse amor seja maior do que você sente por você mesmo. Senão as coisas desandam, dão errado.
2 - Dê valor pro que você tem. A ambição é uma virtude, sim. Devemos ter vontade de ter mais e de ser mais, mas nunca podemos esquecer do que temos e principalmente de quem temos. Não espere o outro ir embora pra perceber o quanto ele te faz falta. 
3 - Reconheça quando as pessoas te fizerem bem. Um favor, uma ajuda, um elogio. Seja sempre grato.
4 - Nem sempre as pessoas vão agir da forma que você quer. Nem sempre você age como os outros querem. Se quer a compreensão das pessoas, tente compreende-las primeiro.
5 - As pessoas que te amam vão estar com você nos momentos difíceis, vão querer o seu bem sempre. Nem sempre vão acertar, vão fazer bobagens as vezes, mas aí você relê o conselho 4 e entende o que estou querendo dizer.
6 - O tempo não espera, não deixe de dizer a alguém que o ama, não deixe de fazer o que tem vontade. Isso não significa que deve sempre agir por impulso e não pensar no amanhã. Mas, quando sentir vontade, se deixe levar. A vida é tão rara.
7 - Passe mais tempo realizando do que planejando. Quem muito pensa, pouco faz. Quem pouco faz, pouco vive.
8 - Repare nos exemplos do dia-a-dia. Repare em como as pessoas agem, como se portam. Isso é uma forma de você aprender lições, sem precisar sofrer. 
9 - Ore a Deus como se tudo no mundo dependesse dele e trabalhe todos os dias como se tudo no mundo dependesse de você.
10 - Diga a verdade. Sempre. Mesmo que doa, mesmo que seja difícil. Isso não quer dizer que você precise ofender ou magoar as pessoas, tudo tem sua hora e as palavras certas. Tudo tem o seu momento.

Procure ser leve, procure ser feliz. Cuide de quem cuida de você. Cuide e regue teus sonhos, corra atrás deles. Faça de Deus, um amigo. Faça da sua família, sua base. Faça do amor, sua força. Faça da fé, sua arma.
O sentido da vida é só um, meu bem: é pra frente!











quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Pra dizer adeus.


Ler ouvindo Depois .

Eu pretendo ser breve, não gosto muito de despedidas. Mas eu acho toda história tem que ter um fim. Mesmo que seja assim, escrita em versos que você talvez nem leia. Eu preciso dizer adeus a tudo aquilo que já não sou eu, que nunca fomos nós, que não é e nunca foi você. Eu fiz muitos planos pra nós dois, você sabe. Eu te amei como ninguém. Exatamente, como ninguém. Talvez eu tenha te amado tanto, que esqueci de mim. Mas não, não to escrevendo um texto pra te culpar por qualquer coisa. Quero mesmo é me desculpar. Por tudo que não somos, por tudo que poderíamos ter sido. E dizer que nunca quis teu mal, nunquinha. E hoje não penso mais em nós dois, mas as vezes penso em você. Com carinho. Não gosto de pensar que quando um amor acaba, não sobra nada. Eu acho que sobra, sim. Em mim sobrou. Sobrou um punhado de sentimentos bons, sobrou uma vontade de fazer nossa história ser bonita, mesmo assim. Mesmo com um final tão precoce. Li outro dia, que existem finais felizes e existem finais necessários. Nosso final foi necessário, mas porque não feliz? Sou feliz hoje. Sei que você também é. Porque insistir nesse papo de sofrimento? Vamos falar do amor que acabou e sorrir. Vamos mudar a história e fazer nossa despedida ser algo pra se lembrar. Amor não foi feito pra ser esquecido. Não quero te esquecer. Quero lembrar de como fui capaz de amar assim, tão de repente, tão de verdade, tão intenso. Visceral. E que acabou como começou, de repente, de verdade. E a dor foi intensa como o amor. Mas passou, também. Eu quero me lembrar de você como o homem que me fez dobrar minhas envergaduras, que acertou cada vértebra da minha coluna, que colocou cada vírgula no seu lugar. Você me fez melhor, sabe? Fiquei mais dura, mais racional. Depois de você, acho que enxerguei a vida como ela realmente é. Difícil. Mas é realmente maravilhoso perceber que a gente pode sorrir, mesmo depois de sentir a maior dor do mundo. É muito bonito esse negócio da vida de se renovar. É tão bonito quanto o nosso amor. É por isso que não quero guardar mágoas. Só quero guardar essa sensação boa, de viver algo lindo que durou o quanto bastava. O quanto poderia ter durado. Somos tão pequenos, como é que poderíamos ter sonhado com a eternidade? Eterno é o amor, é a vida. Nós somos só brinquedos. Eu te desejo muita fé, viu? Muita coragem. Desejo que ainda existam muitos amores como o nosso, na sua vida. 
E pra dizer adeus, eu vou embora assim como cheguei, de mansinho. 
Te cuida. 

Atenciosamente, TC.








sábado, 18 de janeiro de 2014

Silêncio.





Ando sem palavras. É muita vida, é pouco tempo. Tenho usado tanto meus outros sentidos, que minha voz anda cansada. Eu me lembro de você me dizer uma vez: - Até o seu silêncio é bonito. Na mesma noite, fiquei cerca de uma hora em silêncio, tentando entender a beleza que você enxergava. Acho que agora entendi. Quando estou em silêncio, costumo falar com o corpo. Meus olhos vivem sorrindo, minha mãos se prendem no seu escapulário e pareço uma criança mexendo os dedos, fazendo voltas com a corrente do seu pescoço. E quanto a mim? Estou feliz, querido. Estão tão feliz. Eu não sei fazer versos sobre minha felicidade, porque ela me invade inteirinha e me deixa em transe. Zen. Não sinto falta de ninguém. Não sinto tristeza, não sinto nada além de amor. Um amor tão grande pela vida, pelas pessoas, por você. Por nossos planos, pela nossa história. Pela minha família. Meu Deus, como tenho amado minha família. Deixei de chorar minhas dores passadas, deixei de abraçar meus fantasmas e medos só pra ter meus braços livres pra você dormir em mim. As vezes, eu choro sim. Mas logo passa. Tudo passa, tudo passará. Ando ouvindo tantas músicas boas, ando sorrindo tanto. Mas se tudo passa, como se explica o amor que fica nessa parada? Fica porque o amor somos nós. Não fizemos do amor um objeto, que se joga no colo do outro e diz: Toma, meu amor é seu. O amor fica porque ficamos. Porque fizemos do amor, alimento. Porque engolimos amor todo dia. Ando tão brega, querido. Fazendo versinhos de amor, em plena 31 de Março. Escrevo tudo no celular pra não esquecer e depois apago, porque me envergonho de ser assim, tão piegas. E quanto aos lamentos de sempre? Sumiram. Mal consigo escrever. É tudo silêncio. E meu silêncio tem falado tanto por mim. To tão focada, tá tudo tão legal. O meu corpo todo silencia, pra ouvir sua respiração. Como é que eu posso gritar, se gosto mesmo é de falar baixinho com você? 
Como é que eu vou falar de dor, se eu só sei sorrir? 
Eu sei que você tá nessa comigo, eu sei que você enxerga também.  
Mas se eu não falar de amor, eu vou falar do que?











segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Um texto pro J.


Ler ouvindo One.

Meu amor quase sempre é lindo, tem cheiro de aconchego e um gosto salgado de quem batalha todo dia, pra ser o que é. O meu amor tem voz calma, tem olhos bonitos, tem uma curvinha no nariz que me rende versos bonitos, quando penso nele. Como se Deus soubesse que eu iria olhar aquele rosto muitas vezes e tivesse feito uma marquinha pros meus olhos terem de frear e olhar tudo com calma, sem velocidade. O meu amor tem a palavra certa. Tem o gesto exato e o dom de parar o tempo. O meu amor tem vezes em que é malandro, quase sempre escapando dos problemas. Mas tem um riso que não me esconde suas malandragens, condenando-se todas as vezes que insiste em tentar se desvencilhar de mim. Nunca mede suas palavras, não percebendo que as vezes sua voz parece um trovão e me assusta. O meu amor parece um personagem de livro antigo. Aqueles livros em que a gente lê repetidamente na infância, como um mantra. O meu amor é meu mantra. Ele tem cócegas e uma risada quadrada de criança que não tem medo de rir. Ele não sabe que faço versos sobre isso, também. Parece um gato manhoso, quando pede colo. O meu amor lê poesia sem respeitar as vírgulas e versos, parecendo assim uma eterna frase sem pontuação. Ele me fez chorar feito menina, quando me leu Vinícius de Moraes no meu aniversário. Ele não imagina que gosto de olhar pra ele, quando ele está longe. É que meu amor, quando olhado de longe parece uma estátua grega, ele tem aquela pose de alguém que veio ao mundo sabendo exatamente o que quer. As vezes eu acho que ele não sabe bem. Mas eu não me importo, eu lhe ensinaria o caminho pra qualquer lugar. Basta que me levasse junto, basta que me deixasse pertinho. O meu amor gosta de belezas e extravagâncias, como um rei que ergueria um palácio pra sua rainha, só pra mostrar que a ama. Ele nunca acorda cedo e gosta de beijos estalados. Parece um professor quando desata a falar sobre História e Geografia. Meu amor entende sobre filosofia e tenta entender minhas loucuras e teorias, quase sempre. As vezes me maltrata com sua relapsa memória e descuido, parecendo assim que me deixou. Mas logo volta, com um sorriso largo e olhos pequenos, repetindo que me ama e me pedindo pra ficar. Sempre volta. É a característica mais bonita que ele tem. Mesmo quando meu amor disse que não voltaria mais, ele voltou. E ficou. As vezes, ele diz que não existe lugar melhor pra viver do que nos meus braços. E eu sorrio. Como sempre. Porque desde que meu amor chegou, a vida ficou mais interessante. E as cores são mais vivas, as festas são mais bonitas e até o céu ficou mais azul. Eu juro. Desde que o amor chegou, eu não parei mais de sorrir.

E o amor sempre fica, mesmo quando ele vai.










segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Sobre re-começos.


Ler ouvindo Walk on.


A vida segue. Pra mim, é a lição que fica desse ano bagunçado de 2013. Depois de muita rasteira da vida, de muito choro e dias vividos como se fossem os últimos, eu entendi: a vida segue. E começa ano, termina ano... Mas a vida continua seguindo. Tomando seu rumo, nos levando pros lugares que devemos ir, conhecendo as pessoas que devemos conhecer, nos despedindo daquilo que já não fazia parte de quem somos. Não é que eu confie completamente no destino, sabe? Mas eu percebi que é bobagem tentar lutar contra o que vem pela frente. E você pode chamar isso de Deus, de karma, de missão. Eu chamo de vida. Esse ano eu aprendi dar valor a vida. Bonito isso, né? Eu tô feliz. Depois de passar a minha vida toda colocando vírgulas, esse foi o ano dos pontos finais. Não é porque você poe um ponto final que a história acaba, você sempre pode começar outro parágrafo. Uma outra folha, outro livro, outra história. E deixa aquilo que passou guardadinho de lembrança. Mas vive uma vida nova. Eu assumo hoje, toda a experiência dos meus 22. Com um sorrisão na cara e medo nenhum de viver. A gente apanha tanto da vida pra entender isso. Hoje eu to querendo mais é viver, é que a vida siga e me leve junto. Que os tropeços no caminho sirvam de impulso. To mais perto de Deus, to mais perto da minha família, to mais perto do amor. Tô tranquila. É isso que eu te desejo, também. Bastante fé. Desejo que você entenda que a vida não é sempre bonita, mas ela sempre continua. E que não importa o tamanho da sua dor, o mundo não para. A gente tem que cuidar dos nossos machucados e seguir em frente. A gente nunca pode parar. A gente sempre tem que tentar de novo. E de novo, se precisar. A gente sempre pode fazer algo a mais, a gente sempre pode fazer a diferença. Eu não costumo fazer promessas no Ano-Novo, nem acredito em superstições. Mas o que eu quero pra esse ano que começa é que ele seja exatamente como se propõe: que seja Novo. Que venha com paz e cheio de oportunidades. Que nenhum de nós perca a fé. Que nenhuma maldade de gente pequena seja capaz de destruir nossos sonhos. 
Que tenhamos força pra seguir.
Que apesar dos pesares, a gente siga. 
To infinite and beyond.








quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Mais uma de amor.


Ler ouvindo 3x4.

As vezes eu olho pra você, enquanto você tá dirigindo com sua pose de homem e penso que nada e nem ninguém no mundo, me fariam tão felizes. Eu penso que não existe nenhum outro lugar que eu gostaria de estar a não ser ali, olhando pra você dirigir. Eu não consigo achar sequer um motivo besta pra não te amar. E meu Deus, isso é terrível. Como é que pode? Justo eu. A senhora dona da razão que sempre encontra um "porém" em tudo. Eu te amo. Assim, bem simples. Eu amo as suas costas largas e dormir no buraco do seu peito, enquanto você respira fundo e passa os dedos nas minhas costas, me dando arrepios. São coisas tão simples. Eu amo quando você faz alguma coisa, só pra me ver rir. E é impressionante como você realmente consegue. Com você, a vida é mais fácil. As coisas pesam menos, as dores ficam pequenas, os monstros são bichos de estimação. Eu amo sua voz calma, quando me beija a nuca e diz que não viveria sem mim. Até as piadas sem graça são legais, quando é você que conta. Além da sua cara de mal humorado que me diverte o dia todo. Eu amo a nossa promessa de nunca dormir brigados. Eu amo a história das nossas vidas e como nos encontramos tantas vezes, mas só ficamos juntos na hora certa. Eu amo seu riso quadrado e suas coxas de jogador de futebol. Eu amo o cheiro das nossas roupas juntas. O cheiro que fica no meu pescoço, quando você me abraça depois de passar seu perfume amadeirado. Gosto do jeito como você me olha quando quer que eu te busque algo, eu sempre me divirto sozinha do jeito como eu nego e depois vou buscar. Amo o jeito como você acorda, dengoso, sonolento e meio confuso. Amo a nossa plenitude sutil. A forma como você me ajudou a me aproximar da minha família e beber água. Os nossos feriados regados a bebidas com boa companhia e os nossos domingos preguiçosos em que transbordamos de amor. Nós costumamos transbordar. Do mesmo modo, eu também amo os nossos excessos. Exagerar é bom de vez em quando, foi você que me ensinou. Eu amo até as nossas despedidas. Mesmo longe de mim, o seu sorriso me traz uma energia boa que me alimenta. Amo, sobretudo, a sua volta. E nem existe tecnicamente uma volta, porque nunca ficamos mais de dois dias longe. Eu amo nossas declarações de amor, na cama. As nossas loucuras e piadas internas. Eu amo nossa cumplicidade. Eu amo cada coisa que a gente compartilha. Músicas, filmes, idéias, bobagens, loucuras, fluídos. Tudo. 
E foi com você que eu descobri que o amor não precisa de euforia. O amor precisa de verdade e sintonia. 








quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Do lado de dentro.



Ler ouvindo Vento Ventania.

Eu sei voar. 
_E como pode isso, menina? 
Não sei, só sei que sei. Eu sei que o voar é perigoso, sei que não tenho asas, mas ... Mas eu sei voar. Uma vez, um andarilho me deu um anel de ferro em formato de asas e me disse que eu tenho alma de borboleta. Eu sorri e guardei o anel. Acho que guardei as asas, também. Eu sei voar. Eu aprendi bem nova, quando brincava sozinha no jardim e fingia ser pássaro junto com os pardais. Eu sentia o céu bem perto. Olha só um segredo: as minhas asas são pra dentro, não conta pra ninguém. Eu fecho os olhos e vejo o mundo de cima e de ponta cabeça. Num rasante, eu volto. E não há gaiola que me prenda, não há zoológico que me queira. Quem já voou pra fora, sabe o que é sentir o vento no rosto e a adrenalina em cada parte do corpo. Mas eu? Eu não. Eu sei voar pra dentro. Eu sei voar em cada partezinha de mim, dos outros, dos segundos, da vida. Nos risos eu dou piruetas e faço acrobacias no ar. Nas dores, eu plano. Eu me liberto em mim e me faço livre, como devo ser. Sou como nasci pra ser: com asas. Eu sei fazer voar também, enfrento a vida como quem canta uma canção. Com seus tempos e contratempos. 
_Me ensina também, menina. Me ensina a voar. 
Vem comigo, então. Sai de sí, vem de encontro ao mundo. As tuas asas só precisam de espaço, joga fora tuas angústias. Te liberta, tem tanto aí dentro. Tem tanta dor. Teu corpo é quente. Pra que esse frio todo? Joga teus braços de encontro ao vento e vê se sorri mais. Para de medir força. Se quer voar, é preciso viver o mais leve possível. Cante mais alto, reclame menos. Abre teus braços e abraça o mundo. Chega de pensar em ter mais objetos, lá no alto nada disso importa. Lá no alto, só o que importa é ser quem você é. 
Seja quem você quer ser, sem pesos. Só seja. Voe.









quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Oração.


Ler ouvindo Abraça-me.

Eu peço pouco a Deus. Acho que já tenho muito, sabe? Tenho saúde. Tenho uma família, meio estranha, meio louca demais, mas minha. Tenho um coração limpo capaz de amar e ser amado, sem vírgulas. Tenho dois braços e duas pernas, sei ler e escrever. Tenho uma casa, não a mais bonita do bairro, nem a mais chique, mas minha. Tenho mãe e pai vivos, complicados que só vendo, mas meus. Tenho irmãs e amigos que Deus não poderia ter me dado melhores, tenho primos, tenho avós, tenho tios em primeiro, segundo, terceiro e valha-me Deus quantos graus. Eu tenho uma cama. Eu tenho água na torneira. Eu tenho luz elétrica. Tenho o dinheiro suficiente pra pagar minhas contas e ter comida na mesa, todo dia. Muitas vezes, eu ajoelho e só agradeço a Deus. Mas uma vez ou outra, eu peço uma coisa só: serenidade. Que eu tenha serenidade de dizer tudo aquilo que penso e acredito com as palavras certas, pra que ninguém se magoe a toa. Que minhas palavras ao invés de ferir, confortem. Que eu tenha serenidade pra lidar com as pessoas, pra conviver com os outros humanos que assim como eu, não são perfeitos e tem dias ruins. Que eu tenha serenidade pra encarar meus dias difíceis e encontrar abrigo nas pessoas de bem que tenho por perto. Que eu tenha muita serenidade pra ultrapassar minhas barreiras e chegar com os pés no chão, até meus sonhos. Que eu tenha serenidade nos meus olhos e sorriso. Que eu consiga ter abraços serenos, que diminuam a angústia de quem precisar. Que eu tenha a palavra amiga, a música certa, o tom de encaixe pra dissipar uma dor. Que eu seja capaz de ser maior do que sou, quando for pra ajudar alguém. Mas que eu seja menor, seja pequena e que nunca me esqueça do quão grande Deus é comparado de mim. Que eu tenha serenidade pra  reconhecer meus erros e humildade pra pedir perdão. Que eu saiba ouvir quando necessário. Mesmo quando estiver tudo escuro, que eu enxergue a luz. Que a minha paz seja a paz de quem estiver ao meu lado. Que eu não me perca dos meus caminhos, mas que se me perder, tenha calma pra voltar ao eixo. Que eu me encontre todos os dias, quando falar com Ele. Que minhas batalhas sejam duras, mas minhas vitórias sejam maiores. Que minhas promessas sejam cumpridas, sempre. 

Que eu tenha serenidade pra saber que Ele nunca me deixa só.
E eu sei que não me deixa. E sei que essa minha certeza é dEle.