quarta-feira, 16 de abril de 2014

Um pseudo amor.

Ler ouvindo O mundo é um moinho.




Comprei um livro do Bukowski, pensando em você. Que diferença faz? Nenhuma. Mas comprei. Assisti aquele filme que você disse que era bom. Era bom mesmo. Ainda gosto de ouvir as músicas que você me apresentou. Quando ouço aquela que fala sobre procurar estrelas distraídas, me sinto sentada ao seu lado. Chego a sentir seu cheiro, vê se pode? Não pode. As vezes, saio pra andar sozinha te imitando. As vezes, acho sua voz em vídeos antigos. Mas você não sabe nada disso, porque não está aqui pra ver meu riso baixo, quando alguém fala com o teu sotaque. Você me perguntou outro dia, o porquê não te amo mais. Eu não soube o que dizer. O amor ainda tá aqui. O amor mora aí. Mas nosso amor não se casa, cê me entende? Nosso amor tem frequência oposta. Acho que amor de poeta tem que ser assim, inalcançável. A rima fica mais bonita. Nosso amor nasceu pra ser verso, não vício. Não quero ser mais uma, pra você. Prefiro assim, ser seu talvez. Ser sua lembrança bonita, seu sorriso de canto de boca. Prefiro viver a esperança de que tivesse dado certo, do que a certeza de ter dado errado. Prefiro gozar o amor que não existe. Eu prefiro você e preferiria você, mil vezes. Em multidões, aqui ou na China. E você me daria o mundo. Que mundo? Eu sei lá, tanto faz. Você daria. Acho que você já deu. Essa coisa bonita que me brota no peito, quando penso que você existe. E compro livros, assisto filmes, saio sozinha andar por aí. E faço de mim, o melhor que posso ser. Porque sei que é isso que você esperaria, é isso que você me mandaria fazer. E sigo a risca, vivendo nossa história a dois sozinha. Por outros corpos, outras vidas. E sei que vive o mesmo, em outras bocas e outras madrugadas. Mas quem se importa, amor? Que importa o que vivemos lá fora, se o que temos é aqui dentro? Não tem nada mais poético que um pseudo amor, eu sei. Não existe nada mais inspirador. Fale de mim, nos seus versos. Deixe seu mundo ter minha cor. E que o mundo lá fora exploda, que o amor real vire poeira. Vamos viver a poesia.
Que amor é esse capaz de ignorar tempo e espaço? 
Eu não sei. 
Mentira, bobagem. 
Amor.









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