quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Oi amor.


Ler ouvindo Encontro.


Você deve estar dormindo agora, porque chegou cansado do trabalho e me deu uma vontade louca de escrever, quando te imaginei todo bonitinho dormindo. Hoje eu fiquei bastante tempo deitada, depois de te ligar, a gatinha estava ronronando no meu colo e eu estava aconchegada na cama. Eu fiquei lembrando de quanto tempo, eu tenho o costume de te ligar só por rotina. E de te ouvir falar que está cansado. E contar as bobagens do nosso dia-a-dia. Dar risada das nossas piadas, combinar nossa rotina, falar sobre qualquer coisa. Eu me lembro do nosso começo e do desespero que eu tinha de que qualquer dia você sumisse, porque não era normal um relacionamento ser tão legal, assim. Eu me lembro do seu primeiro 'te amo', falado meio rapidinho e eu pensando em câmera lenta "Meu Deus, olha o que ele tá dizendo, ele disse que me ama, ele... ah meu Deus". Eu me lembro de chorar no seu ombro, todas as minhas dores, enquanto a gente nem tinha pra onde ir e estava numa ponte abandonada, no meio do nada. Eu me lembro de ouvir todas as suas histórias com um ciume absurdo de todas as suas aventuras passadas e de sentir querer te prender num quarto e nunca mais te deixar ser de mais ninguém, ser só meu e pronto. Eu me lembro de te dizer isso e você rir como se o mundo fosse acabar. Eu me lembro das nossas brigas, de querer te matar tantas e tantas vezes. E olhar pra você 15 segundos depois e já não existir vontade nenhuma. Eu me lembro do seu abraço no meu pescoço quando dorme, que mais parece um cachecol. E do seu cheiro de fábrica. E do seu perfume bom. Aquela sua voz manhosa, quando quer carinho. As suas grosserias engraçadas, que só eu acho engraçadas. E de tudo que você é. Você não é nada parecido com um príncipe encantado, sabe? Você nunca me acordaria do sono eterno com um beijo, porque provavelmente você dormiria mais do que eu ou teria preguiça de ir me resgatar. Você não me deixaria comer uma maçã envenenada, porque provavelmente você teria comido tudo antes. E mesmo assim, eu te chamo de príncipe. Eu te chamo de amor.
Digo com todas as letras que você é o dono dos dois buraquinhos que tenho na coluna e do meu cabelo enorme que você adora ver solto. 
Digo sem vírgulas que te amo e não gosto nem de pensar em ficar sem você. 
Porque eu sem você, sou sem graça. Sou sem sal. Sou sem cor. Sou sem luz. Eu sem você, nem sou eu.










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