segunda-feira, 4 de março de 2013

Sobre você.



(Jason Upton - Fly)


Hoje eu queria falar com você, você que chora a noite seus problemas, mas durante o dia finge que tá tudo bem. Você, que não tem medo da vida, não tem medo da luta, não tem medo do trabalho. Você, que não tem tudo que sonha, mas que valoriza o que você tem. Você, que nem sempre tem tempo pra tudo, mas que ajuda alguém no tempo que sobra. Você, que tem sonhos. Você, que não abandonou seus princípios quando te ofereceram facilidades imorais ou ilegais. Você, que ainda sorri quando vê uma criança sorrindo. Você, que convive com pessoas de todos os tipos, mas não se deixa levar e nem perde sua essência. Você, que tem fibra e força. Você, que tem coragem. Você, que já passou por muita coisa na vida, já tem marquinhas do lado dos olhos mas não tira o sorriso da cara. Você, que não culpa aos outros, pelos seus erros. Você, que é passado pra trás quase sempre por ainda acreditar nas pessoas. Você, que não perdeu a vontade e a crença de ter uma família. Você, que se preocupa mais com sua mente do que com seu corpo. Você, que já sofreu por amor, mas não desanimou. Você, que tem alguma dorzinha, uma mágoa aí dentro, algo que você se lembrou quando leu isso, mas que não te fez desistir de nada na vida. Você, que conseguiu perdoar quem já te fez algum mal. Você, que gosta da verdade, mesmo que ela doa as vezes. Você, que já conseguiu entender que é diferente da maioria. Você, que tem fé. Não se perde, não se abala, não se esquece: A vida é rara, é linda e curta. Não existe tempo pra perder sofrendo, nem fazendo o outro sofrer. A gente nasceu é pra ser feliz, é pra sentir tudo que essa vida crazy tem pra oferecer. Então não tenha medo, não! Vive mesmo. Chora mesmo, de alegria, de emoção, de dor. E volta a viver. E continua na estrada. Deixa que te tirem tudo, que tentem. Mas que não tirem tua fé, que não tirem tua força, que não tirem tua luz. Hoje eu acordei com mais esperança no mundo, por causa de pessoas como você. Hoje eu queria agradecer, por você fazer o dia de muita gente, melhor. Gostaria de agradecer o que talvez, ninguém nunca tenha agradecido, por você ser você. Assim, meio besta demais, meio sentimental em excesso. O mundo é melhor por causa de você. Você, que tá lendo isso e sorrindo. Você, que se identificou com tudo ou quase tudo. Você, que não é perfeito, mas é humano. Que tem seus erros e problemas, mas não perdeu a humanidade nesse mundo ingrato. 

Pra você, os meus aplausos!

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Se é pra falar de amor.

( Ler ouvindo Nando Reis - Muito estranho)



Os contos de fadas, as novelas e filmes adolescentes sempre me fizeram acreditar no amor. E naquelas baboseiras de eternidade, o bem sempre vence, a malvada se dá mal e barara biriri. Aí eu cresci. Mas como boa mulher que sou, mantive a crença nesse amor indecentemente perfeito. E andava pelas ruas, com os olhos arregalados, louca pra encontrar o príncipe. O meu príncipe. Aquele, de tirar meus pés do chão, fazer meu mundo girar, das músicas do Roupa Nova e Roberto Carlos. Ele nunca veio. E eu fui me apaixonando por semi príncipes. E fui desacreditando do amor. E do bem sempre vencer. E do Roberto Carlos. Chega uma hora que a ficha cai. E eu entendi, da pior forma, que o amor não tem nada a ver com mundo girando, nem com pés fora do chão. Depois de desejar por anos um amor que me fizesse suspirar, hoje eu entendo que o amor é silêncio. E maturidade. E amizade. E não dizer nada, quando quiser dizer tudo. E aparecer na hora certa. E não precisar de grandes histórias, músicas, frescuras. Porque contos de fadas são uma mentira absurda. E as novelas são piadas. Amor é ter os dois pés no chão. E entender que não existe perfeição e principes e bruxas. E conhecer defeitos e aceitar. E mais do que tudo, querer. Querer e fazer valer a pena. Porque a gente é tão frágil, cara. A gente é tão pequeno pra falar de eternidade. Mas então, pra que falar? Amor é conta pra dividir, problema pra resolver e rotina pra acertar. Ouvir Roupa Nova e rir. Aceitar ser imperfeito. E rir de novo. Todo dia. Sem pensar no amanhã, porque o amor não permite datas. E não aceita desfeitas. Entende que o amor é lindo, mas é difícil. E dolorido, quase sempre. Enquanto você se preocupa com o 'pra sempre', se perde no 'todo dia'. Vive hoje. Aproveita. Joga tuas idéias sobre amor no lixo e vai viver de verdade!

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

A crise.



(Ler ouvindo Snow Patrol - Open Your Eyes)


O triste do amor é que nunca sabemos quando ele acaba. E é difícil se entregar a algo que você não saiba onde vai dar...  Nós dois dissemos que seria pra sempre. Todos dizem. Mas não foi, nunca é. E o que eu vou levar de nós? Vou levar o que sobrar. Os presentes, as lembranças. Alguns boletos, o sentimento que ainda for bom. Lembra o dia em que você jurou que faria eu te amar? Eu vou levar esse dia pra mim. E quando depois daquele sexo bom, eu chorei te perguntando se aquilo era amor e você me abraçou e chorou comigo, porque o que nós tínhamos era incrível. E era amor. Era amor o nome que você procurava nas suas músicas, cantando pra mim. E era amor o fato de eu não conseguir escrever sequer dez linhas sobre você. E as palavras me faltarem tanto. Mas aí você mudou e as palavras apareceram. Como quando eu disse que me magoaria você me deixar sozinha, pra beber com seus amigos e você foi, dizendo que era bobagem. Eu era mesmo uma bobagem pra você. Só que eu ainda não tinha percebido. O amor é uma bobagem, não é? É sempre de um final tão triste. A vida é uma bobagem. O problema é levarmos tudo a sério demais. Eu acreditei mesmo em nós. E todos os nossos planos e noites imaginando criancinhas que tivessem seu sorriso honesto. E eu rezava pro nosso assunto não acabar. Nunca. Vê como fomos inocentes? Dizíamos 'pra sempre' e eu rezava pelo 'nunca'. Se tivéssemos apostado menos, talvez fosse mais fácil agora. Talvez eu não tivesse que ir embora. Talvez nós simplesmente nos despediríamos, como bons amigos que fomos um dia. E seguiríamos cada um, o seu caminho. Não é fácil imaginar a vida sem alguém que você dividiu tudo que não se divide com alguém. Era amor sim. Eu sei que era. Mas eu não sei pra onde ele foi e isso me dói. E me dói te ver doendo. Porque você não chorou na morte do seu avô, mas eu te vi chorando quando sai batendo a porta na outra semana. E quando você sentou na minha frente e pediu que tentássemos. Eu vi que era amor. Eu nunca imaginei que escreveria sobre amor e despedida, num mesmo texto. Eu nunca quis escrever sobre você. Eu nunca imaginei que o 'pra sempre' ia acabar. 

(...)
Eu nunca imaginei que iria escrever esse texto e no dia seguinte, iria me apaixonar de novo por você. E por nós dois. E ia rir pensando o quanto chorei e lamentei um amor que tinha se escondido, atrás da rotina. E quase me bater por ter cometido um engano tão grave. E o que eu vou levar de nós? O pra sempre não existe mesmo. O amor é todo dia. Um dia após o outro...


quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Vinte e um.


(Ler ouvindo Dom Quixote - Engenheiros do Hawaii)


É meu aniversário. Estou há dias ensaiando esse momento e agora não sei como agir. O que pedir? Pedir felicidade? Eu acredito que seja honesta, apenas quando conquistamos sem pedir. Pedir paz? No mundo de hoje, é uma piada de mal gosto. Muitos anos de vida? Eu já nem sei se é certo mesmo, contar a vida por anos. Eu vou pedir sorrisos. E eu quero abraços, longos, sinceros. Desses que eu possa morar dentro e fazer abrigo. Eu quero beijos. Estalados, fortes, de leve, de longe, de despedida, de chegada, de amigo, de amor, de angústia. Beijos, todos eles. Eu quero fé. Muita fé. Em qualquer coisa e em tudo. Eu quero sempre acreditar no que é bom e na melhora das pessoas. Eu quero problemas, desses que deixam a gente embaraçado e um alivio enorme quando resolvidos. Quero dores de cabeça de algumas horas e dias de sol que não pareçam ter fim. Quero frio acompanhado de companhia quente. Quero pipoca com Sazon e vinho. Eu quero amigos com piadas estúpidas e distraídos. Quero o amor, na essência simples. Eu quero sair na chuva, sem medo de me molhar. Eu não quero medos. Esse é um pedido importante. Eu quero olhar pro escuro e deixar que ele me olhe, sem a agonia de acreditar que ele está me invadindo. Eu quero ser luz. Quero ser brisa. Eu quero a calma da manhã e a intensidade da noite. Eu quero ser mais. Porque o muito nunca é o bastante. E a primeira vez é sempre a última chance (né, Renato Russo?). Eu quero justiça. E ver milagres, não, apaga isso, eu quero ser um milagre. Esse ano, dos vinte, foi complicado. Adquiri experiência de uns cinco aniversários. Ganhei muito, perdi outro muito. Fui passada pra trás e empurrada pra frente. Levada, me deixando levar. Eu consegui. Chego aos 21, como quem chega a um altar. É tempo de me ajoelhar e agradecer. Os pedidos são de praxe, eu sei que eles só dependem de mim. Sou grata ao mundo. Por todas as atrocidades, a violência e a mentira que fizeram de mim um ser humano mais humano. Sou grata as dores e quem me curou delas. Grata aos causadores das minhas loucuras. Sou grata pelo ar que respiro. Sou grata pelos anos que virão, pelo caminho que ainda vou percorrer, me perder. Eu sou grata por poder escrever. Por ser livre. Por ser alguém e pensar por mim mesma. Eu sou grata pelos meus 21. Pela verdade dos vinte anos que passaram. Eu sou grata a vida. Sou grata a Deus. Sou grata ao destino, a sorte, aos encontros e desencontros do acaso. Eu sou grata a mim.
É meu aniversário... Parabéns para mim!



quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Peso.



(Ler ouvindo Ana Carolina - Pra rua me levar)




Eu estou cansada. Aquele cansaço chato, que aperta o peito e o sono não vem. E mesmo que viesse, ele não resolveria o meu problema. Eu aprendi desde nova que quem nasceu pra sentir, vai viver cansado. Porque os sentimentos pesam. É como que se o castigo por sentir as dores do mundo, fosse ter o cansaço na mesma proporção, começar a desacreditar na leveza de espirito a cada rua que vagueio sozinha, a cada olhar que encontra o meu e principalmente a cada amor que me é dado. Tudo passageiro, tudo pesado, tudo quase desnecessário. A leveza vem só quando encontro uma alma igual a minha, que pesa da mesma forma e me promete carregar nas costas caso o peso do sentir me canse os ombros. Mas sempre dura pouco. Porque o peso é de cada um, ao entregar meu peso a alguém, sinto o peso em dobro. E aí me afasto e me perco. Tudo é sentido com cada centímetro do meu corpo. Descargas elétricas. Eu sinto a pele arrepiar. Um encontro por acaso e mais um peso. Uma mão entrelaçada. Um objeto, mil lembranças. Tudo pra mim é a flor da pele. Num momento o céu, no seguinte, o inferno. E o inferno se deriva porque cada coisa, cada mínimo detalhe me atinge, eu enxergo as coisas como são, como deveriam ser. Eu te enxergo como você era, e isso, infelizmente anda me curvando os ombros. As suas nuances e suas vírgulas se transformaram em detalhes frios. O seu abraço virou um nó. Mas deixa que eu me acostumei... As pessoas normalmente são assim. Primeiro a leveza, o toque gostoso na pele, macio, aveludado. Depois a aspereza, loucura da contradição e o peso. Sempre se opondo ao princípio. De inicio, é sempre difícil reconhecer quem vale a pena, todos se mostram pesados e compadecidos, mas logo após, tudo não passa de um teatro, fantoches seguindo a massa e assustando com tanta imparcialidade. É tão difícil assim sentir? O que passa na cabeça de vocês? Ou pior, o que passa no coração? Eu enxergo tão pouco com os olhos, mas minha alma vê tanto. De que adianta vocês verem tudo com os olhos, mas não enxergarem um palmo a frente com seu interior? Eu estou cansada do vazio das pessoas. E da falta de humanidade. E do excesso de palavras bonitas e atitudes feias. Eu sou de verdade. E não tenho medo do quanto isso pesa. Quanto mais peso, mais meus passos serão firmes. Eu quero voar, mas estou fadada ao chão. Mas só aqui dentro, no meu mundo uma palavra muda uma vida. Os passos não são contados e existe a chuva, o sol e o arco-iris juntos. Existe luz e escuridão. Existe a paz e guerra. Existe a mim. E eu não existo. Sou só uma sombra. Eu sou sentimento. Eu só estou cansada ...
Texto escrito em parceria com minha querida, linda (e acima de tudo parceira, mesmo) Sarah Ester. (http://capitulinescas.blogspot.com.br/)



quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Marcha Fúnebre.



(Ler ouvindo Queen - Made in Heaven)

As mortes nos cercam, de todos os lados, todos os dias. E nem ao menos nos damos conta disso. Se percebêssemos, talvez tivéssemos menos medo dessa palavra. Morte. Ontem morreu minha expectativa de que novela pudesse ser legal. Há algumas semanas morreu uma briga sem palavras entre mim e alguém que amo. Morte feliz. Velório com festa. Morreu meu medo de ser amada. Já matei também. Matei sentimentos feios, dentro de mim. Já matei um amor. Morte triste. Dolorida, chorada por dias. Por semanas. Por dois anos. Matei amizades que não me acrescentavam. Morri na vida de muitos, velei outros tantos. Matei a pau uma discussão com a vizinha. Matei a fome. Matei o tédio. Matei minha vontade de ouvir aquela voz, meu Deus, que vontade. Matei, ouvi, passou, enterrei. Morri tantas vezes. Deitei no chão de dor e achei que não ia mais levantar. E sempre sozinha. Renasci, mais sozinha ainda. E mais forte. Matei tantos sonhos meus. Matei aulas e palestras. Matei mentalmente tantas pessoas. E a vida morre tanto, todo dia. Minhas células morrem enquanto escrevo esse texto. Você sai de casa e dá um passo para a morte. É a vida, as pessoas dizem. Mas será mesmo? É a morte, eu acho. A morte chega atrapalhando nossos planos, quebrando nossa rotina, dando chutes na nossa cara mostrando quem é que manda. Dizendo pra ligarmos hoje pra quem amamos. Dizendo pra não esperar amanhã, o amanhã não existe. Imagina se ela decide te levar durante a noite? Aí fudeu. Morreu. Acabou. Mais uma nota no jornal e um telefonema de amor a menos. A morte vem pra mostrar o quanto somos frágeis. Pra nos chacoalhar e nos pedir pra viver. Olha só, daqui a pouco eu chego e não vai dar tempo. Você não vai conseguir pedir o seu aumento pro chefe, nem arrumar seu armário, nem ir pra Fortaleza, nem pedir desculpas pra sua mãe, nem mudar os móveis da sala de lugar. Eu vou chegar e você nem vai ver. Não vai ver mais nada. Isso assusta, né? A vida tá aqui pra ser vivida hoje, agora, cada segundo, cada milésimo de segundo. O tempo não pára (né, Cazuza?). A vida não espera e a morte, meu querido, muito menos. Então aproveita. Sente tudo que tiver que sentir. Faz tudo que tiver vontade, seja livre. Não espere a morte chegar pra você perceber que ela não tem vida pra tirar de você. Medo da morte, eu até entendo, mas pra esse medo de viver? Afinal de contas, o que você faz é viver ou só sobreviver?

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Womanizando!

(Ler ouvindo Queen - I want to break free)



Num mundo onde os homens e o machismo dominam, ser mulher é como ter uma aventura diária. Ser uma grande mulher, então... É um puta esforço. E olha o machismo aí, não é um puto esforço, é uma puta. Uma mulher prostituta. Porque homem tem direito a tudo... Ele pode comer sem se preocupar se vai engordar. Pode comer sem se preocupar em ligar no dia seguinte. Afinal de contas: ele é homem. E mulher? Mulher tem ser magra, tem que ser comportada. Sexo? Só se for com amor. E com um homem só, de preferência. Mulher que fala de sexo então? Depravada. Mulher que usa roupa curta? Vadia. Mulher que não cozinhar? Não teve mãe. To cansada, viu? Cansada mesmo. Eu quero poder ter TPM, sem ser julgada por isso. Quero não ser considerada louca por arroubos sentimentais, hormonais e existenciais. A necessidade de um homem por uma cerveja num bar é a mesma que nós temos por uma tarde de compras. O mesmo fanatismo de um homem pelo seu time é o nosso ciumes, que é considerado insano. O seu PS3 é o meu chocolate. O seu filme do Stallone é a minha comédia romântica. O nosso cinismo é resultado da falta de atenção do mundo. Qualquer vitória feminina é considerada a quebra de um tabu. E os comentários? Ah apesar de ser mulher, ela foi bem. Agiu feito homem. Porra! Eu sou mulher sim. E choro vendo novela sim. Mas acho que tenho mais testosterona que muito marmanjo coçando o saco por aí. Tem que ser muito forte pra aguentar marido, a camisa que você não lavou, a compra que você não fez, o chão que não deu tempo de limpar, o filho, inscrição da natação, apresentação de balé, a bola que estourou o vidro do vizinho, o trabalho, o chefe que está assediando, a estagiária que está tentando roubar seu lugar. Um mundo que insiste em te chamar de sexo frágil e chamar o babaca sentado no sofá com as pernas pra cima de sexo forte. Quero bater palmas a todas nós, que somos guerreiras diárias, que somos as Marias, Paulas  e Saras. Que choram na TPM, que sofrem de cólicas todos os meses, que se equilibram em saltos altíssimos e são obrigadas a viver estereotipadas. Sem direito a choro. Porque isso é frescura de mulher. Sem direito a amor, porque até aí zombam de nós. Somos obrigadas a nos acostumar com a baixaria, com a banalização. Palmas pra nós. Palmas e mãos erguidas, pra dizer "Não!", pra dizer "Chega!". Pra dizer que a história vai mudar. E já está mudando. Porque o mundo é nosso. O mundo é das mulheres. Do sexo frágil. Do sexto sentido. Dos sutiãs queimados e das primeiras presidentas mulheres no mundo. O mundo é cor de rosa e quem não quiser conviver com isso, que se mude. 
Os homens podem ser de Marte, mas as mulheres são da Terra!


quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Todas.


(Ler ouvindo These Days - Bon Jovi)


Você me olha com os seus olhos bonitos e as coisas parecem fáceis. A vida parece fácil, mas infelizmente as coisas não são bem assim, eu não sou bem assim, não tenho nada de simples. Não é fácil ser eu. Sou difícil de conviver, comigo. Tenho uma opinião diferente de mim, o tempo todo. E acabo sempre discutindo minha relação, comigo mesma. Eu sei que você não entende muito dessa minha complexidade de ser tantas e uma só. Tantas em uma só. Mas não tem problema... Todas elas te amam, assim como eu. E com você, eu sou poucas. Você conseguiu fazer dormir todas as outras. A equivocada, a precipitada, a orgulhosa, a impossível. Ficaram só a ciumenta, a boba, a interessante. A irônica ficou, mas ela combina com você. Todas de mim querem o seu bem, acima de tudo. Não me perde...  Eu não quero ser uma má lembrança na sua vida. Você me fez acreditar em coisas bonitas e esse sorriso que eu tenho hoje é maior que qualquer vontade minha de ser realista. Não tem problema se essas coisas bonitas não existirem, eu só não quero que a magia acabe. Eu não quero que a música acabe e eu descubra que eu dancei sozinha. Dança comigo, até o final. Mesmo que depois da música você vá embora. Eu não quero que morra essa esperança boa de que ainda existe sentimento no mundo e que o Gandhi não estava errado. Eu não quero ser mais uma pessoa que chegou a conclusão que relacionamentos são só rotina. Eu quero que as pessoas me olhem e vejam você. Eu quero que os sorrisos que eu dei a vida toda, voltem. Eu quero que você não se canse do meu jeito de falar doce demais, quando você quase dorme e eu fico te pedindo pra acordar, porque eu tenho medo do escuro. Eu quero que eu não me canse dessa sua rotina agitada e dessa sua vontade de estar sempre por aí, com tanta gente. Eu quero que você não se canse de estar com todo mundo, mas voltar sempre pro meu colo. Eu quero nunca duvidar, dentro de mim, do quanto você é único. E que haja sempre essa vontade de não se cansar. Pra dizer a verdade, eu só quis escrever porque eu acordei hoje pensando no quanto você fica lindo enquanto ri. Eu quero te fazer rir, sempre. Porque pra mim, é a unica coisa que importa. Pra todas de mim.


Hoje meu post é pessoal. Mais que pessoal, é íntimo. 
Quinta feira completo 1 ano oficial ao lado do homem mais 
lindo do mundo. Não sou boa escrevendo pra ele... me 
perco toda nas palavras, mas eu queria muito 
dividir isso com vocês. Obrigada e beijos!


quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Money.







(Ler ouvindo Jessie J - Price Tag)



Vou dizer uma coisa e acho que ninguém vai entender... Eu não gosto de dinheiro. Sabe o que é? Eu passei minha vida toda vendo as pessoas se corromperem, se venderem, se entregarem, se amarrarem e até se matarem por um monte de notas verdes e peguei trauma. Quando tenho dinheiro, escondo de mim mesma. Porque gosto da surpresa de encontra-lo sem querer e gastar. Sem culpa. Ou prefiro deixar no banco controlando as taxas e os juros. Sou matemática. Talvez por isso me incomode tanto, sou de família pobre, nunca tive grandes brinquedos nem muito luxo, aí foi a besteira de ter um avô que me ensinou o valor das coisas. Pronto, tava feito o estrago, virei alma hippie. Gosto de flor, de balanço, de vento e do barulhinho da água. Odeio shopping cheio, roupa de marca, jantares absurdamente caros e muita pompa. Gosto de chinelo. Outro dia achei um brechó lindo, me acabei nas roupas dos outros. E não tenho vergonha nenhuma de dizer isso. Vou em lojas que vendem artigos paraguaios e faço a festa. Dou valor pro meu dinheiro e não faço isso por amor a ele, faço porque sei o preço e o valor dele. Assim como sei o valor de um sorriso. Conheço os falsos. E conheço aqueles que vieram da alma. Sabe do que eu gosto? De crianças e piscina de mil litros. Gosto de chocolate e leite condensado. Eu gosto de montanhas e do barulho do vento. Eu gosto de ficar de frente pra praia e encarar o mar. Ver como sou pequena e ele grande. Ver como Deus é imenso e eu minúscula. Ver como o mundo pode ser bonito, mesmo com tanta gente feia. Eu gosto da simplicidade, de arroz com feijão. Eu gosto de pão com ovo. Roupa simples, sem muito brilho. Eu gosto de honestidade, das almas simples. Gosto de quem não sabe falar poesias, mas demonstra amor dividindo o pouco que tem. Gosto da vida, de respirar quietinha, enquanto o ônibus segue e eu ouço música encostada no vidro. Gosto das gotas da chuva e do cheiro da terra. Gosto do céu. E amo a lua. Fico horas olhando pra ela imaginando como deve ser a vista de lá, tudo tão alto, tão longe. Sou fascinada por gente que ri fácil, que gosta de verdade, que abraça do nada e te empurra logo depois, rindo. Gosto de quem fala a verdade, te ajuda a enxugar as lágrimas e achar uma saída, quando a situação fica feia. Gosto de histórias tristes, porque me fazem pensar como sou abençoada. Não gosto do dinheiro, mesmo. Acho que ele embaça a vista das pessoas pra esse monte de coisas lindas, que eu gosto tanto. Acho que o dinheiro cega. E eu adoro ver as luzes. Eu amo ver o pôr-do-sol.


segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Síndrome de Peter Pan.




(Ler ouvindo Canção pra não voltar - A banda mais bonita da cidade)


Tem hora que eu me sinto sozinha pra caralho. Desse jeito mesmo, assim, com palavrão, estúpido. Porque é uma solidão daquele tipo que sufoca, que dá vontade de sair gritando, como se gritar fosse diminuir o vácuo, fosse melhorar a ânsia, fosse tirar o peso dos ombros que tem empurrado o peito pra dentro. Como eu sei que gritar não vai diminuir e nem tirar nada, eu fico quieta. É triste ver que não existe um fiho da puta pra dar jeito nisso. Não existe uma criatura que enxergue além do meu teatro ruim de pessoa otimista e veja que eu estou quase caindo num poço que eu não faço idéia de onde seja. Não existe um maldito ser que me faça sentir menos louca ou extraterrestre, por sentir tanta dor mesmo sem ninguém ver a ferida. Eu sou louca, sim. Porque eu sinto de verdade e dói de verdade. Eu sou louca porque eu posso fingir pra todo mundo que não sinto medo nenhum, mesmo quando eu estou tremendo por dentro assustada comigo mesma. Eu sou uma mulher que não cresceu por dentro. Eu sinto dores infantis. O escuro me assusta e eu não consigo me mexer. Eu abraço um urso de pelúcia na esperança de ele ter super poderes. Eu sorrio com desenhos. Eu sofro muito nesse mundo de gente grande, porque ninguém mais quer brincar comigo. E porque o único jogo que existe pros outros é o de sentimentos. Eu já tentei brincar assim, confesso que fui bem, é facil, não tem regras nem punições, é só diversão. O problema é que eu fico pensando no que acontece depois que a brincadeira acaba, alguém sempre acaba chorando e o alguém sou sempre eu. Não gosto disso, eu não sou dessa classe. Na minha turma a gente gosta porque gosta, porque acha bonito o jeito do outro e respeita mesmo o que não é bem a nossa cara. Acontece que na minha turma só tem eu. E tá dificil gostar das pessoas sendo que nenhuma delas mostra a cara. Eu não sei gostar de máscaras. Elas me assustam. Eu sei que pareço louca quando tento explicar isso e mais louca ainda quando vivo nessa teoria, mas pra mim é o melhor assim. Tá dificil ser criança num mundo onde nem as crianças são infantis. Eu choro muito e meus olhos ardem, porque a vida tá muito grande e eu to muito pequena. A verdade sumiu e eu não acho ela em lugar nenhum. Não tem mais lugar no mundo pra mim, mas os adultos são burros e ninguém enxerga que mesmo assim eu continuo aqui, deslocada. Sozinha. Pra caralho. Sem poder rir quando eu quero, nem ninguém pra dividir as lições de casa. O mundo quer me tornar adulta na base da dor, porque o tempo não conseguiu resolver meu problema. Eu vejo os adultos robôs que fazem o que não querem e gostam do que não gostam e convivem com quem não se interessam e tenho um medo absurdo de ser esse meu fim. Eu tenho medo de deixar de sentir. Eu tenho medo de ver que o amor é só mais uma palavra e que não existe porra de magia nenhuma. Eu sou uma criança assustada num canto rindo das próprias piadas e amando os próprios brinquedos. Enquanto o mundo continua girando, frio, sem graça e os adultos sempre assim, um almejando o brinquedo do outro.

sábado, 18 de agosto de 2012

Teoria.






(Ler ouvindo Marisa Monte - Não vá embora)

Há algumas semanas foi Dia do Amigo... e eu esqueci. Esqueci porque não sou muito ligada nesse negócio de datas e tal. Meus amigos entenderam. Aí outro amigo me pediu pra escrever sobre isso... e eu aceitei o desafio. Mas e agora? O que é que eu vou falar? Fui ler textos de grandes autores, falando sobre amizade e eles falavam tudo o que eu já tinha pensado em falar. "Amizade é o amor que nunca morre", "Eu morreria se perdesse todos os meus amigos". E agora o que posso dizer que vá tocar alguém, que vá ser de verdade, o que eu posso dizer pra definir as pessoas mais importantes da vida de alguém? Ah, eu vou ser sincera. E se ficar ruim, meus amigos que me perdoem. Pra falar a verdade... Eu acho que a palavra "amigo" foi inventada lá trás, na mesma época que inventaram "amor". E é uma teoria muito ruim, mas eu gosto de pensar assim. Decidiram inventar uma palavra pra designar o afeto, o carinho, a vontade de estar perto. Amor, decidiram. Mas a palavra ficou muito forte, as pessoas tinham medo de usar. Apareceu um cidadão (considero-o meu amigo, pelo ato) e disse: pra todos aqueles que fizerem parte dos momentos bons e ruins da sua vida, que te conheça os defeitos e mesmo assim não se enfade da sua presença, que divida suas dívidas e dúvidas, pra todo aquele que entrelaçar a vida com a sua, use a palavra "amigo", é parecida com "amor", mas é mais amena. É mais amiga. Desde então a palavra amor foi designada ao sentimento mais sublime, com mais respeito. E a palavra amigo se tornou sinônimo de amor, só que despretensiosa. Acho que a amizade é exatamente isso, um amor despretensioso. O sentimento é o mesmo, só que a gente gosta de separar as coisas, pra não se confundir. Tenho amigos que nunca conheci. Alguns vivos, outros mortos faz um tempão. Renato Russo, Eder Eduardo, Fernando Pessoa, Candace Bauer, Cecilia Meireles, Sarah Ester. E não tenho medo de dizer que todos esses nomes são meus amigos, porque foram eles que muitas vezes, mudaram meu dia, minha semana, minha vida. Acho que a responsabilidade de um amigo é deixar uma marca na sua vida, é fazer de um período, um tempo diferente, tempo de ser lembrado. Amo meus amigos pelo tamanho da diferença que fizeram em mim. Pelos empurrões, bebidas, palavras e vergonhas. Pela vontade de fugir comigo do mundo, pelo mundo, atrás de outro mundo. Pelos abraços fortes e frouxos. Pelos dedos na cara e pelas reconciliações. Não tenho pena de quem não tem amor, dinheiro, caráter. Acho que as pessoas se prendem demais a coisas irrelevantes. 

Mas tenho verdadeira pena de quem não tem lembranças. Quem não tem histórias, quem não tem am(or)igos.


sexta-feira, 17 de agosto de 2012

A sua.









"Bem Sancho, estamos aqui, eu e você olhando para nosso dragão-moinho. E o que enxergamos de verdade? O que ele nos representa? Meu moinho está pulsando, está sangrando, está machucado. Meu moinho, Sancho, é meu coração." (Sarah Ester)


Eu estava tão feliz naquele dia. Se você tivesse alguma noção disso, talvez as coisas tivessem sido diferentes. Você vê? Eu ainda tento não por a culpa de nada em você. Mas voltando... Eu estava tão feliz. Eu preparei cada centímetro do meu corpo, minha roupa, meu cabelo, meu rímel marrom e meu salto pra você. Eu esperei com as mãos frias você chegar. Eu sorri como não sorria há muito tempo quando vi seu carro. Era pra ser tudo como eu sonhei. Comida japonesa e depois um lugar qualquer, nós dois, quietinhos, matando uma vontade de muito tempo, matando a espera, a saudade, o orgulho. Enquanto você dirigia, eu te procurava nas suas palavras, eu caçava mesmos que fosses vestígios daquele homem que eu amei, tanto. Mas você não estava ali. Seu corpo estava, porque você me queria. Mas o homem que eu amava estava longe, estava em outra, estava morto. E eu não enxerguei nada disso, eu deixei o corpo que era seu, mas não era mais meu, me tocar e como boa mulher burra que sou, enxerguei sentimento onde você só estava tendo prazer. Eu voltei pra casa e o seu cheiro ficou no meu corpo. E o cheiro era daquele homem que eu amava, que droga. Eu chorei por uma hora, abraçada na minha blusa. Eu tentava achar no meio do seu cheiro, algo que me fizesse acreditar que você ainda estava ali. Que era você, que não era só seu corpo. Eu não queria seu corpo, eu só queria você, eu sei que é confuso, mas é isso. Mas eu sabia que você já tinha ido embora e que já tinha tomado banho, porque meu cheiro não importava e porque seu corpo estava feliz, então pronto, acabou. E isso doia, mais do que ter dado meu corpo, esperando seu amor. Doia saber que você nem sabia do que eu estava falando e que você nunca ia entender o real motivo de eu ter aceitado te ver de novo. Eu não queria te fazer alguém melhor. Eu não queria ser sua amiga. Eu não queria te ajudar em trabalhos da faculdade, nem ouvir seus problemas. Na verdade, eu queria tudo isso, se você me chamasse de sua. Mas eu cansei, naquela noite de ser tão sua e você não perceber. Eu cansei de não ter nada e ser tudo. Eu cansei de me doar tanto por alguém que mal sabe que eu gosto de comida japonesa. E não foi culpa sua, eu nunca te pedi formalmente nada, até porque acho que você se assustaria e iria embora. Mas escuta isso, agora, assim, eu te amava mais do que qualquer outra mulher do mundo. E eu fiz por você, mais do que qualquer outra criatura faria. E se hoje eu cuido mais de mim, eu sou mais bonita e estou forte, é por você também. É pra que você me olhe de longe e sinta amor. De perto eu não consegui, talvez de longe eu consiga. Não precisa voltar, mas por favor, me ame. Se apaixone por mim. Tenha outros corpos e outros sentimentos, cresça, seja forte, seja o advogado que eu sempre quis que você fosse, mas não se esqueça de mim. Entende o meu problema? Eu preciso que você não me esqueça. Eu preciso ser pra sempre sua, pra nunca sua. Eu preciso ser sua, mesmo que eu nunca seja.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

(Ex)periências



(Ler Ouvindo Tribalistas - Já Sei Namorar)

Experiências. Excêntricas. Exageradas. Excitantes. Extintas. Exumadas e exiladas. Começou com "ex", parece bom. Istoé, terminou com "ex" né? Ex que é ex, tem que estar terminado. Morto e enterrado. Cremado e com os órgãos doados. Mas nunca, nunca e repito nunca, está. E o que sempre sobra no final, é o ex... de experiência. Já tive um ex, que era adepto dessas organizações criminosas, achava "maneiro", hoje eu enxergo o risco que corri, ser a mãe dos filhos do novo Beira Mar. Tenho uma amiga, que o ex dela era fissurado em pés. Um dia, ele a viu sem as unhas feitas e o namoro miou. Tomou um pé na bunda e o pior, o pé do cara era feio. Já tive ex canalha, daqueles bem canastrões mesmo, que arrasta a gente pra qualquer canto e já vai chamando de princesa. Uma vez, conheci um numa tarde, aí passei a noite acordada imaginando uma cerimônia matrimonial com o fulano no altar ao meu lado, no outro dia, ele me disse que era ateu. Deus me livre. Minha mãe casou com o primeiro namorado, minha irmã já está no segundo casamento. Por falar nisso, tive um ex, que dizia que eu lembrava muito a mãe dele, o relacionamento foi legal, até eu conhecer a dona. Até hoje eu me pergunto se ele era míope ou sacana. Não dá pra fugir, tem coisa que toda mulher já teve. Aquele amigo meio gay, meio gato, meio ex, meio eterno. Aquele ex, que nunca é ex, porque sempre volta. Aquele neguinho que rendeu dias de fossa e agora eu não lembro mais o nome. Era Ricardo, Roberto, Rubens, era com R, porque toda vez que eu ouvia Rick Martin, eu chorava. O ex psicopata. O fofo. O nerd. Mulher, depois de um tempo, percebe que tem que experimentar de tudo (tudo que lhe atraia, que fique claro) pra entender, do que de fato, ela gosta. Homens, por favor, nos perdoem, não é que mudamos muito de opinião, é que realmente, nunca sabemos o que queremos. Assim como nós os perdoamos por serem sempre essas eternas crianças ( é mentira, primeiro nos vingamos lentamente e depois perdoamos). E por mais experiências que possamos ter, nunca é o bastante. O coração sempre dá aquele reset quando decide se entregar de novo. Mas olha o conselho: Pode dar quantos reset quiser, mas sempre guarde o histórico. A gente nunca sabe quando vamos encontrar a mesma história por aí. Já dizia Thais Cinotti "Minha vida são eternos deja-vus".