quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Money.







(Ler ouvindo Jessie J - Price Tag)



Vou dizer uma coisa e acho que ninguém vai entender... Eu não gosto de dinheiro. Sabe o que é? Eu passei minha vida toda vendo as pessoas se corromperem, se venderem, se entregarem, se amarrarem e até se matarem por um monte de notas verdes e peguei trauma. Quando tenho dinheiro, escondo de mim mesma. Porque gosto da surpresa de encontra-lo sem querer e gastar. Sem culpa. Ou prefiro deixar no banco controlando as taxas e os juros. Sou matemática. Talvez por isso me incomode tanto, sou de família pobre, nunca tive grandes brinquedos nem muito luxo, aí foi a besteira de ter um avô que me ensinou o valor das coisas. Pronto, tava feito o estrago, virei alma hippie. Gosto de flor, de balanço, de vento e do barulhinho da água. Odeio shopping cheio, roupa de marca, jantares absurdamente caros e muita pompa. Gosto de chinelo. Outro dia achei um brechó lindo, me acabei nas roupas dos outros. E não tenho vergonha nenhuma de dizer isso. Vou em lojas que vendem artigos paraguaios e faço a festa. Dou valor pro meu dinheiro e não faço isso por amor a ele, faço porque sei o preço e o valor dele. Assim como sei o valor de um sorriso. Conheço os falsos. E conheço aqueles que vieram da alma. Sabe do que eu gosto? De crianças e piscina de mil litros. Gosto de chocolate e leite condensado. Eu gosto de montanhas e do barulho do vento. Eu gosto de ficar de frente pra praia e encarar o mar. Ver como sou pequena e ele grande. Ver como Deus é imenso e eu minúscula. Ver como o mundo pode ser bonito, mesmo com tanta gente feia. Eu gosto da simplicidade, de arroz com feijão. Eu gosto de pão com ovo. Roupa simples, sem muito brilho. Eu gosto de honestidade, das almas simples. Gosto de quem não sabe falar poesias, mas demonstra amor dividindo o pouco que tem. Gosto da vida, de respirar quietinha, enquanto o ônibus segue e eu ouço música encostada no vidro. Gosto das gotas da chuva e do cheiro da terra. Gosto do céu. E amo a lua. Fico horas olhando pra ela imaginando como deve ser a vista de lá, tudo tão alto, tão longe. Sou fascinada por gente que ri fácil, que gosta de verdade, que abraça do nada e te empurra logo depois, rindo. Gosto de quem fala a verdade, te ajuda a enxugar as lágrimas e achar uma saída, quando a situação fica feia. Gosto de histórias tristes, porque me fazem pensar como sou abençoada. Não gosto do dinheiro, mesmo. Acho que ele embaça a vista das pessoas pra esse monte de coisas lindas, que eu gosto tanto. Acho que o dinheiro cega. E eu adoro ver as luzes. Eu amo ver o pôr-do-sol.


17 comentários:

  1. O dinheiro é uma faga de dois gumes....eh ruim com ele e ruim sem ele...ai ai
    Passando pra conhecer teu blog...passa lah no meu tb


    http://makeolatras.blogspot.com.br/2012/09/beuty-fair-2012.html


    Video Youtube:
    http://www.youtube.com/watch?v=snH2WnWquN0&feature=player_embedded

    Bjsss =]

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  2. Nossa isso é sério? =/
    mas diante dos fatos da realidade, bem que faz um pouco de sentido...

    Lembrei do som do Pink Floyd - Money.
    :)

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  3. É o que dizem né dinheiro não traz alegria.
    Então me de o seu dinheiro e seja feliz :)

    -
    http://snestalgia.blogspot.com.br/

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  4. nossa Thais, tempo que você não me emocionava... Lindooo!

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  5. Até que faz sentido, mesmo eu sendo uma consumista vivendo de um sistema capitalista, não é mesmo? Hahaha
    Bom texto, Thais!

    http://vaziopulsante.blogspot.com.br/

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  6. Dinheiro é necessário no mundo de hoje. A quantia que você precisa vai depender o quanto seu conforto pede. Não precisa gostar dele, há coisas mais belas como você disse na vida...

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  7. Olá Thais!
    É a minha primeira vez no seu blog, e adorei tudo por aqui. Já esou seguindo (:

    Beijos, Ana Flávia.
    http://mariapano.blogspot.com.br/

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  8. faz tempo q n vj notinhas verder(um real), axo q por isso q as pessoas se matam por elas, por serem raras[?] :)

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  9. Também já vi muita gente se corrompendo e acabando com relacionamentos só por causa de dinheiro... É muito triste que algo que seria pra garantir uma vida digna venha acabar justamente com ela. Também não sou muito ligada com essas coisas não, ou eu guardo ou gasto com pouca coisa (:

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  10. Concordo com o texto, lindas palavras, o dinheiro ilude as pessoas e se diz ser a felicidade quando a mesma está nas formas mais simples, no cotidiano mais apreciado. Parabéns!

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  15. Oi,
    esse seu jeito me lembrou minha família mineira. lembro do meu avô, dono de uma fazenda enorme, sendo confundido com empregado várias vezes pelo jeito simples de se vestir e falar. acho que vivemos em um mundo onde as pessoas dão mais valor aos objetos do que à essência. objetos passam, acabam, se desintegram com o tempo. o que fica é a essência. quem não cuida da sua, acaba junto com os objetos. pq se torna um deles.

    abraço, adorei o blog

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  16. Quero pedir licença a você Thais, aos leitores e a esse anônimo cretino que se dirigiu a você com tanta arrogância. Eu fico a imaginar que tamanha arrogância seja reflexo de alguma outra frustração pois nada justifica alguém com tanto conhecimento ser tão incoveniente. Você é uma das minhas escritoras favoritas da nova geração e apesar de você não se denominar assim, eu faço questão. Escritorissima se me permitir o neologismo, com fogo nas palavras, com sentimento puro, suas palavras brotam vida. Algo Cinottesco, dirão algum dia (risos). Você saberá quem é, quando ler e saiba que estarei aqui, pra te ajudar no que precisar minha querida. Forte abraço!

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