quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Eu te falei do amor.



(Ler ouvindo Do meu querer - Catedral)


Eu aposto que você nem vai ler esse texto até o final, mas tudo bem amor, tudo bem. Tá sempre tudo bem. Com você por perto, tá tudo bem. Eu preciso de você pra eu saber quem eu sou. Eu preciso que você me lembre das minhas nuances, eu preciso da sua vibe pra sentir a minha, tá entendendo? Eu preciso. Não é que a vida seja ruim com você longe, mas com você perto parece que a vida é mais bonita. A vida é mais fácil, quando eu tenho você. Esse texto vai bem piegas, do jeito que você odeia e eu não to nem aí. Você é piegas, também. Quando tenta ser tão contrário a tudo, ser tão irônico, ser tão fascinante, ser tão você. Você é o contrário de todos os clichês do mundo e talvez por isso eu te ame tanto. Eu te amo, porque não te tenho. Eu não preciso encostar em você, pra saber que é quente, que é bom, que é meu. Eu não preciso, mas eu quero. Eu quero tanto, eu quero todo dia. O nosso amor é inventado, igual a música do Cazuza. O nosso amor não existe, por isso é tão grande. Eu te falei do amor tantas vezes, meu bem. Eu te falei das coisas bonitas que o amor traz. E você diz que não sabe como é, que não entende, que não conhece. E eu sinto vontade de te pegar pela mão e ensinar cada gesto, cada sinal, cada loucura que é amar alguém sem saber amar. Eu também não sei amar. Mas eu não me importo, eu me jogo de cabeça, se você disser que sim. Eu vou te ver andando, eu arrisco tudo, eu luto até o fim. Eu só queria que você dissesse sim, quando eu te falei do amor. Eu quero a sua alma, menino. Mesmo que você diga que não tenha uma. Eu quero a sua sombra, eu quero ser a sua luz. Eu quero o teu mar e ser tua terra. Eu quero que você me surpreenda. Eu quero precisar de você. Ser o seu motivo, ser o propósito de onde veio e para onde vai. Eu quero ser louca, nos seus braços. Quero te achar louco, pra sempre. E quanto a gente? Sei lá, não importa. Eu não preciso te ter, eu só preciso de você.









sábado, 10 de agosto de 2013

Sorte.


(Ler ouvindo Poema - Ney Matogrosso)

Eu tive muita sorte na vida. Nunca passei fome, sempre tive onde dormir e tive amor. Eu tive dois pais. Um, que era um homem lindo e me ensinou a andar de bicicleta. E um outro, que atendia o telefone pigarreando e dizia "ô menina", mesmo sem saber que neta era do outro lado da linha. O meu pai me chamava de Marilyn Monroe porque eu tinha cachinhos loiros e dizia que eu era a coisa mais linda do mundo. O meu avô dizia que não importava o jeito que eu fosse, eu era uma menina abençoada. Meu avô me ensinou a perdoar. Meu pai me deu a chance de exercer o perdão. Os dois foram essenciais pra que eu me tornasse a mulher, que eu sou hoje. O meu avô me falava sobre a vida e sobre as coisas bonitas que existem. O meu pai me ensinou a viver e perceber que a vida é curta demais pra gente só ouvir falar como é. O meu avô me ensinou o amor. O meu pai me amou, mesmo sem saber como dizer isso. E eu senti o amor de ambos, a vida toda. Mesmo longe, muitas vezes. E quando meu avô foi embora, o abraço do meu pai foi um dos mais importantes. Eu senti que aquele abraço dizia que era hora dele tomar conta de mim, sozinho. E é isso que ele faz. Mesmo eu já sendo adulta e não precisando mais de sermões ou castigos. Eu me sinto menina perto dele. Gosto de olhar pra ele e ele estar me olhando, com os olhinhos pequenininhos que ele tem. Eu sinto falta do meu outro pai, porque ele era o tipo de homem que todo mundo sente falta. Ele me amava com o coração puro que ele tinha e eu me pego precisando daquele amor, as vezes. O meu pai hoje em dia, tem o mesmo coração bom. Ele fala de coisas bonitas, como meu avô falava. Ele é sábio, hoje. Eu tive dois pais, quando precisei. Hoje eu tenho um pai, que vale por dez. Dizem que o primeiro amor de toda menina é o pai. Eu concordo. Fui duplamente apaixonada. 
Eu tive mesmo, muita sorte na vida.








quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Homenagem.

(Ler ouvindo Não Enche - Caetano Veloso)



Esse texto não vai ter seu nome, porque você não tem identidade. O seu rosto é mais um na multidão. E é assim que deve ser. Você tem que ser só mais uma pessoa, que passou pela minha vida, fez seu estrago e foi embora. Como você fez e faz na vida de vários. De outras almas otárias, como a minha. É triste você enxergar bondade, onde existe só interesse, sabe meu amor? Não, você não sabe. Porque você além de tudo, tem problema de visão. Você acha que a vida é pra sempre e que amanhã sempre vai dar tempo de se desculpar. O problema é que eu já bebi demais e aprendi o lema "Só por hoje". E só por hoje, eu não quero mais ouvir suas desculpas esfarrapadas. Suas histórias tristes e seu drama mexicano. Só por hoje, eu quero mesmo é que você se afunde nessa sua solidão, nessas suas noites sem dormir e nesses teus amigos mais falsos que a atuação da mocinha da novela das 9. Só por hoje, eu quero que o seu amanhã chegue vazio. Porque eu sou muito boa, sim. Eu sou muito boa, mesmo. Muito. Mas eu também sou humana e eu também canso. Eu quero que você vá pro inferno com as suas frases feitas e copiadas. Quero que você engula todo seu veneno e precise ir, novamente, pro hospital se desintoxicar. Ou será que você ainda não percebeu? O seu mal é interno, meu amor. O seu problema é você mesmo. Lupus. Nem seu corpo consegue conviver com tanta podridão. Mas eu sempre tiro uma lição de tudo que me acontece, né? E com você, não foi diferente. Porque graças a Deus, você não tem nada diferente do resto do mundo. E graças a Deus eu percebi isso. Eu aprendi a não me doar, aprendi a ouvir mais os outros. Todo mundo disse. Mas eu não ouvi. Você me tapou os olhos e eu deixei. Mas acabou, agora minha visão é plena e eu te enxergo como você é. E tudo que eu vejo é vazio e enganação. É mentira, é falsidade. Eu tenho náuseas.  Esse texto não vai ter seu nome, porque não é necessário. Esse texto é minha carta de alforria, sou eu lavando minhas mãos das suas aventuras. Esse texto é pra te eternizar, de forma verídica. 
Al revoir!









quarta-feira, 3 de julho de 2013

A moda.


(Ler ouvindo Provas de amor- Titãs)


O amor virou brincadeira. E to falando sério, sem piada. As pessoas amam hoje em dia, como quem pede uma cerveja. Desce mais uma, garçom. Eu pago a rodada. O copo esvazia e a pessoa vai embora. Como se nada tivesse acontecido. O amor mais do que nunca, é moda. O mundo se perdeu e eu me perdi junto. Perdi um capítulo e quando vi, já estava tudo perdido, a palavra amor pra todo lado e o sentimento em lugar nenhum. Eu percebo que o mundo ficou tão cheio de gente apaixonada, cheio de demonstrações de amor, cheio de carinho, de coraçõezinhos feitos com a mão e sem um pingo de amor. O sentimento tá em falta no mercado e o povo todo tá se contentando com essa versão barata e falsa de amor. Sempre que vejo um casal novo, procuro neles algum sinal de sentimento verdadeiro, sei que é feio fazer isso, mas eu faço. E cadê? Cadê, gente? Não tem. É sempre a mesma coisa, ela iludida e ele carente. Aí junta isso e fica um relacionamento movido a músicas de Sandy e Junior. Se a lenda dessa paixão, faz sorrir ou faz chorar, o coração é quem sabe. Ninguém entende o verdadeiro significado, mas acompanha a multidão e canta junto. As pessoas amam por tabela, já viu isso? As amigas estão namorando, então eu também vou, pra não ficar sozinha. Aí arruma o primeiro pangaré que vê na frente e tasca lá um relacionamento sério na rede social que é pra atiçar o ex. A mãe do cara não para de cobrar ele, quer que leve uma namoradinha pra almoçar no domingo em casa, aí ele arruma a primeira sonsa que vê na frente e pronto. É assim o amor. Aí vem a rotina, o costume, quando as pessoas vão ver, estão a anos com alguém que mal conhecem. E eu fico aqui, olhando de camarote, observando... os casais começam, se conhecem e terminam. Aí você vai me perguntar... Você nunca errou, Thais? Você nunca se apaixonou por alguém e depois viu que a pessoa não era nada daquilo? Já. Mas é aí que tá a diferença. Eu me apaixonei. Eu acho que pra valer a pena um relacionamento ele tem que ser completo, eu tenho que ter vontade de conhecer até o ultimo defeito da outra pessoa. Eu amo primeiro e falo depois. Gosto de curtir o tempo de cada coisa. Conhecer, gostar, acostumar e por fim amar. O amor é um tanto de costume, sim. Eu não aceito mais essa brincadeira de amar no primeiro dia e conhecer no último. É mais prático, eu sei, mas não vale a pena. Eu já me entreguei de bandeja a quem nem saberia soletrar a palavra amor, muito menos sentir isso. E depois dói. Dói o tempo perdido, o resto de sentimento que fica, o apego. Dói o engano. Então segura a onda, aprende que amor é lindo, mas não é fácil. É simples, mas não é comum. Vamos sentir mais e falar menos. Vamos gostar menos em rede social e fazer algo pro bem social. Vamos abraçar menos e ajudar mais. Chega de tanta declaração e vamos partir pra ação. Faz o seguinte, na dúvida segue sempre o verso do poeta "Falais baixo, se falais de Amor". 

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Morar.


(Ler ouvindo A Sua - Marisa Monte)



Semana que vem é Dia dos Namorados. Até aí, tudo bem. Dia em que namorados trocam presentes, fazem declarações de amor e renovam seus votos de fidelidade e cumplicidade. Dia dos solteiros se sentirem sozinhos e lamentarem por não ter alguém com quem trocar presentes e renovar votos. Existem também os chamados 'imunes'. Os que acham que o amor é um vírus e que eles não são atingidos. Mas que com certeza, antes de dormir, pensam em como seria legal ter alguém pra esquentar os pés. Mas o problema ainda não é esse, o problema é mais crítico. O Dia dos Namorados é assim, como a maioria das datas festivas do calendário, são mantidas pelo estímulo ao comércio. Estimulo ao consumismo. Estimulo a alienação. Afinal de contas, você precisa do Dia das Mães pra amar sua mãe, do Dia dos Pais pra amar seu pai e do Dia dos Namorados pra amar seu parceiro. O amor precisa de datas, pra ser demonstrado. O amor ficou superficial. O amor virou uma ferramenta de marketing do comércio. Diz pra mim, quantas vezes você Namorou de verdade? Não to falando de casinhos, relações falidas, amores platônicos ou unilaterais. Eu to falando de Namoro. Que, segundo o dicionário significa: (verbo transitivo direto) inspirar amor, apaixonar, cativar, atrair. Qual foi a última vez que você, transitiva e diretamente, inspirou amor ou se sentiu inspirado, a esse ponto? Qual foi a última vez que você se apaixonou, por mais de dez dias? Se sentiu cativado, atraído? Namorar vai além de usar aliança e se ver no domingo. Namorar é muito mais do que 'dar satisfações pra patroa' ou deixar de ver as amigas de sábado a noite. Namorar é um encontro de almas e não simplesmente algumas trocas de olhares. É por isso que acho o Dia dos Namorados uma bobagem. Quem ama, ama todo dia. E não é fácil. Não é só festa, é um caminho estreito. É preciso se divorciar dessas convenções e barreiras que a sociedade impõe. É preciso ter um caso com o destino e não acreditar mais no 'pra sempre'. É preciso acreditar que o amor acontece, quando tem que acontecer. Deixar os quase amores, pra trás. É preciso pedir a vida em casamento. Pra namorar com o outro, é preciso namorar com a gente mesmo. Pra ser feliz, é preciso abandonar o nosso lar e na-morar dentro do outro. E deixar que o outro na-more dentro da gente. E aí sim, comemorar. Namorar. Morar.

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Duas pétalas.


(Ler ouvindo Let It Be - Across The Universe)


Eu fiz um texto pra falar de silêncio. E nesse texto tinham muitas palavras que gritavam, então desisti. Eu fiz um texto que falava de decepção e angústia, mas acabei colorindo demais os versos, e o que era depressão, virou primavera. Eu tentei fazer um texto falando dos males da vida, dos problemas do mundo e toda essa crueldade que nos cerca, mas acabei fechando meus olhos humanos e abrindo minha alma pra exaltar a vida e os milagres do mundo, então rasguei a folha. Sentei sozinha e li tudo que havia escrito; depois de horas relendo cada texto, cada frase não terminada, cada ideia formulada e deixada de canto, cada introdução e tese sem conclusão, cheguei a uma teoria bonita: Eu nasci pra falar do amor. Como se estivesse parada em frente a várias ruas sem saber onde dariam, e ao entrar em cada uma, percebesse que todas levavam ao mesmo lugar. Entendi que não adianta fugir do que a gente é. Do que a gente faz e do que a gente é feito. Sou feita de amor. E repasso. Porque eu ouvi que o que é bonito é pra ser mostrado. E o meu amor é a coisa mais bonita que tem em mim. Consegui então, entender que não preciso fugir de mim pra ser quem quero ser. E falar do silêncio, da angústia, dos problemas, da vida e das cores. Porque tudo isso são apenas complementos, são pétalas. Pétalas que esperam a vida brincar de “mal-me-quer e bem-me-quer” pra vir à tona. Mas o amor, ah o amor é o bem-me-quer mais bonito da flor mais bonita. É o que envolve tudo isso e o que faz valer a pena. Conformei-me. Aceitei-me. Floresci. As minhas palavras gritam, porque meu peito não sabe falar baixo. E a primavera só nasceu em mim, depois de anos de cultivo de flores, espinhos e mãos cheias de terra. A gente só vê brotar aquilo que rega. E eu reguei, cuidei, deixei permanecer no terreno mais bem arado do meu jardim, esse sentimento. E não me arrependo. A vida sem amor não vale a pena. Não existe sorriso sem a emoção de amar. Não existo eu. Não existimos nós, sem algum tipo de romantismo e sentimento. No fim, eu fiz mais um texto piegas e uns versos clichês. Mas não fiquei desapontada. Eu sorri. E amei. Mas o amor é tão clichê, né? A vida é um eterno clichê. Quem diria, que amor.


Escrito em parceria com a menina com cara de coisas bonitas, G. Christini (
meussentimentoscongelados.blogspot.com.br)

sábado, 4 de maio de 2013

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Sobre certezas, casamento e traumas de infância.


(Ler ouvindo No Recreio - Cássia Eller)


Todos os casamentos que eu acompanhei quando era criança, deram em divórcio. Mulheres chorando. Malas feitas e jogadas na rua. Traições. Novelas mexicanas na sala da minha casa. Crianças (assim como eu) levadas de um lado para outro, como se fossem bagagem. Homens indo embora sem olhar pra trás. Falta de conversa. Desrespeito. Sofrimento. Tudo isso me atribuiu marcas.E apesar disso, eu sempre fui aberta em relação aos sentimentos, tive mil e uma (mil e várias) paixões. Namorei bastante. Mas nunca falei em casamento, nem pra mim e nem pra ninguém. Falar nisso pra que, né? Não se deve mexer em time que está ganhando. E se dependesse de mim, eu não mexeria nunca. Até que de repente, eu conheci um cara, que eu já tinha conhecido em outros carnavais. Mas eu conheci ele de novo. Estava mais bonito, mais velho, com um ar de quem precisava amar. Acho que eu estava com o mesmo ar quando me aproximei dele. Tanto que os nossos ares se casaram. Eu tive certeza que eu queria ficar com ele, pelo resto da vida. Mesmo que isso significasse muito tempo. E por mais incrível que pareça, ele teve essa mesma certeza. E nós nos olhamos, como se tivéssemos vivido a vida toda juntos. Esse cara falou em casamento pra mim. E foi o maior susto de toda a minha vida. Maior até do que o susto, na vez em que minha irmã fingiu que morreu e ficou meia hora deitada no chão na mesma posição, com ketchup na cara. Ele me perguntou se eu acharia brega demais ter um casamento tradicional e por algum motivo eu achei ele tão lindo naquele momento, que beijei ele até cansar. E não respondi. Não fazia ideia do que dizer, porque estava apavorada. Aí ele me pediu pra pensar nos casais que conhecíamos e que eram felizes, mesmo depois de anos juntos. E disse que a felicidade dependia só da gente. Ele disse que tinha certeza do quanto seríamos felizes. Certeza. Essa palavra ficou martelando na minha cabeça por dias, por semanas. Eu me lembrei de todos os problemas que já tivemos e superamos juntos. Todas as barreiras, dores de cabeça, doenças, acidentes e rotina. Lembrei de tudo e nem por um segundo em pensei em desistir dele. Ei cara... Eu caso sim. Já que o amor pede pra gente se jogar, que eu me jogue de cabeça. Porque você merece, porque eu mereço. Porque essa nossa história louca merece sim, uma festa. Nem que pra isso eu diga 'não' pros meus medos, pras minhas loucuras e minha ânsia de ser independente. Nem que eu diga muitos 'nãos' daqui pra frente, pro cara que me ensinou o amor do jeito bonito, eu vou dizer 'sim'. Vestida de branco.

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Desistência.


(Ler ouvindo Cazuza - Codinome Beija-Flor)

Hoje eu acordei com uma vontade absurda de te ligar e dizer que sonhei com você. E no sonho você me amava. Quando eu acordei, eu chorei porque vi que tempo passou e o amor já nem faz mais diferença. E eu desisti. Hoje eu queria te falar bobagens do meu dia e te jurar que nunca mais vou escrever sobre você, mas aí eu lembrei que pra todo mundo existe alguém assim, como você existe pra mim e que os textos sobre você são sempre bons e eu desisti. Hoje eu diria sobre aquela vez que você me disse que eu era inteira linda e eu nunca me senti tão nua, mesmo de agasalho sentada da calçada. Hoje eu diria qualquer coisa pra você ficar um pouco mais. Talvez te pedisse pra contar uma das suas histórias chatas ou falasse da minha infância. Hoje eu pagaria seu jantar num restaurante e te ensinaria umas palavras em francês. Hoje eu confessaria que jamais gostei tanto de alguém de um jeito tão dolorido. Hoje eu mudaria meu cabelo, meu nome, vestiria outra vida pra te ter, nem que fosse só um pouquinho. Hoje eu daria tudo pra sentir aquela agonia de um amor sem sentido de novo. Hoje eu voltaria no tempo só pra te dizer tudo que eu nunca disse. Compraria flores. Faria uma serenata. Iria te pedir com jeito: me ama, vai... não me deixa ir embora. Ia chorar deitada na sua cama dizendo que eu sempre tive o amor de quem eu quisesse, mas que você não era qualquer um e eu queria seu amor. Porque você sempre foi diferente. Mas eu desisti. Eu desisti do amor sujo de quem não sabe amar. Eu fugi. E me entreguei pra outros e senti o gosto de bebidas que nem saberia enumerar. Eu amei outra pessoa. E nunca mais te liguei pra dar bom dia. Eu desisti de você. E insisto em desistir. Porque eu insisti tanto pra você me amar, que desisti de insistir. Mas ai eu sonhei com você e no meu sonho você me amava, ai eu desisti de desistir e escrevi de novo que te amava. E publiquei outro texto sobre você, porque o tempo já desistiu de me fazer esquecer.

segunda-feira, 4 de março de 2013

Sobre você.



(Jason Upton - Fly)


Hoje eu queria falar com você, você que chora a noite seus problemas, mas durante o dia finge que tá tudo bem. Você, que não tem medo da vida, não tem medo da luta, não tem medo do trabalho. Você, que não tem tudo que sonha, mas que valoriza o que você tem. Você, que nem sempre tem tempo pra tudo, mas que ajuda alguém no tempo que sobra. Você, que tem sonhos. Você, que não abandonou seus princípios quando te ofereceram facilidades imorais ou ilegais. Você, que ainda sorri quando vê uma criança sorrindo. Você, que convive com pessoas de todos os tipos, mas não se deixa levar e nem perde sua essência. Você, que tem fibra e força. Você, que tem coragem. Você, que já passou por muita coisa na vida, já tem marquinhas do lado dos olhos mas não tira o sorriso da cara. Você, que não culpa aos outros, pelos seus erros. Você, que é passado pra trás quase sempre por ainda acreditar nas pessoas. Você, que não perdeu a vontade e a crença de ter uma família. Você, que se preocupa mais com sua mente do que com seu corpo. Você, que já sofreu por amor, mas não desanimou. Você, que tem alguma dorzinha, uma mágoa aí dentro, algo que você se lembrou quando leu isso, mas que não te fez desistir de nada na vida. Você, que conseguiu perdoar quem já te fez algum mal. Você, que gosta da verdade, mesmo que ela doa as vezes. Você, que já conseguiu entender que é diferente da maioria. Você, que tem fé. Não se perde, não se abala, não se esquece: A vida é rara, é linda e curta. Não existe tempo pra perder sofrendo, nem fazendo o outro sofrer. A gente nasceu é pra ser feliz, é pra sentir tudo que essa vida crazy tem pra oferecer. Então não tenha medo, não! Vive mesmo. Chora mesmo, de alegria, de emoção, de dor. E volta a viver. E continua na estrada. Deixa que te tirem tudo, que tentem. Mas que não tirem tua fé, que não tirem tua força, que não tirem tua luz. Hoje eu acordei com mais esperança no mundo, por causa de pessoas como você. Hoje eu queria agradecer, por você fazer o dia de muita gente, melhor. Gostaria de agradecer o que talvez, ninguém nunca tenha agradecido, por você ser você. Assim, meio besta demais, meio sentimental em excesso. O mundo é melhor por causa de você. Você, que tá lendo isso e sorrindo. Você, que se identificou com tudo ou quase tudo. Você, que não é perfeito, mas é humano. Que tem seus erros e problemas, mas não perdeu a humanidade nesse mundo ingrato. 

Pra você, os meus aplausos!

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Se é pra falar de amor.

( Ler ouvindo Nando Reis - Muito estranho)



Os contos de fadas, as novelas e filmes adolescentes sempre me fizeram acreditar no amor. E naquelas baboseiras de eternidade, o bem sempre vence, a malvada se dá mal e barara biriri. Aí eu cresci. Mas como boa mulher que sou, mantive a crença nesse amor indecentemente perfeito. E andava pelas ruas, com os olhos arregalados, louca pra encontrar o príncipe. O meu príncipe. Aquele, de tirar meus pés do chão, fazer meu mundo girar, das músicas do Roupa Nova e Roberto Carlos. Ele nunca veio. E eu fui me apaixonando por semi príncipes. E fui desacreditando do amor. E do bem sempre vencer. E do Roberto Carlos. Chega uma hora que a ficha cai. E eu entendi, da pior forma, que o amor não tem nada a ver com mundo girando, nem com pés fora do chão. Depois de desejar por anos um amor que me fizesse suspirar, hoje eu entendo que o amor é silêncio. E maturidade. E amizade. E não dizer nada, quando quiser dizer tudo. E aparecer na hora certa. E não precisar de grandes histórias, músicas, frescuras. Porque contos de fadas são uma mentira absurda. E as novelas são piadas. Amor é ter os dois pés no chão. E entender que não existe perfeição e principes e bruxas. E conhecer defeitos e aceitar. E mais do que tudo, querer. Querer e fazer valer a pena. Porque a gente é tão frágil, cara. A gente é tão pequeno pra falar de eternidade. Mas então, pra que falar? Amor é conta pra dividir, problema pra resolver e rotina pra acertar. Ouvir Roupa Nova e rir. Aceitar ser imperfeito. E rir de novo. Todo dia. Sem pensar no amanhã, porque o amor não permite datas. E não aceita desfeitas. Entende que o amor é lindo, mas é difícil. E dolorido, quase sempre. Enquanto você se preocupa com o 'pra sempre', se perde no 'todo dia'. Vive hoje. Aproveita. Joga tuas idéias sobre amor no lixo e vai viver de verdade!

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

A crise.



(Ler ouvindo Snow Patrol - Open Your Eyes)


O triste do amor é que nunca sabemos quando ele acaba. E é difícil se entregar a algo que você não saiba onde vai dar...  Nós dois dissemos que seria pra sempre. Todos dizem. Mas não foi, nunca é. E o que eu vou levar de nós? Vou levar o que sobrar. Os presentes, as lembranças. Alguns boletos, o sentimento que ainda for bom. Lembra o dia em que você jurou que faria eu te amar? Eu vou levar esse dia pra mim. E quando depois daquele sexo bom, eu chorei te perguntando se aquilo era amor e você me abraçou e chorou comigo, porque o que nós tínhamos era incrível. E era amor. Era amor o nome que você procurava nas suas músicas, cantando pra mim. E era amor o fato de eu não conseguir escrever sequer dez linhas sobre você. E as palavras me faltarem tanto. Mas aí você mudou e as palavras apareceram. Como quando eu disse que me magoaria você me deixar sozinha, pra beber com seus amigos e você foi, dizendo que era bobagem. Eu era mesmo uma bobagem pra você. Só que eu ainda não tinha percebido. O amor é uma bobagem, não é? É sempre de um final tão triste. A vida é uma bobagem. O problema é levarmos tudo a sério demais. Eu acreditei mesmo em nós. E todos os nossos planos e noites imaginando criancinhas que tivessem seu sorriso honesto. E eu rezava pro nosso assunto não acabar. Nunca. Vê como fomos inocentes? Dizíamos 'pra sempre' e eu rezava pelo 'nunca'. Se tivéssemos apostado menos, talvez fosse mais fácil agora. Talvez eu não tivesse que ir embora. Talvez nós simplesmente nos despediríamos, como bons amigos que fomos um dia. E seguiríamos cada um, o seu caminho. Não é fácil imaginar a vida sem alguém que você dividiu tudo que não se divide com alguém. Era amor sim. Eu sei que era. Mas eu não sei pra onde ele foi e isso me dói. E me dói te ver doendo. Porque você não chorou na morte do seu avô, mas eu te vi chorando quando sai batendo a porta na outra semana. E quando você sentou na minha frente e pediu que tentássemos. Eu vi que era amor. Eu nunca imaginei que escreveria sobre amor e despedida, num mesmo texto. Eu nunca quis escrever sobre você. Eu nunca imaginei que o 'pra sempre' ia acabar. 

(...)
Eu nunca imaginei que iria escrever esse texto e no dia seguinte, iria me apaixonar de novo por você. E por nós dois. E ia rir pensando o quanto chorei e lamentei um amor que tinha se escondido, atrás da rotina. E quase me bater por ter cometido um engano tão grave. E o que eu vou levar de nós? O pra sempre não existe mesmo. O amor é todo dia. Um dia após o outro...


quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Vinte e um.


(Ler ouvindo Dom Quixote - Engenheiros do Hawaii)


É meu aniversário. Estou há dias ensaiando esse momento e agora não sei como agir. O que pedir? Pedir felicidade? Eu acredito que seja honesta, apenas quando conquistamos sem pedir. Pedir paz? No mundo de hoje, é uma piada de mal gosto. Muitos anos de vida? Eu já nem sei se é certo mesmo, contar a vida por anos. Eu vou pedir sorrisos. E eu quero abraços, longos, sinceros. Desses que eu possa morar dentro e fazer abrigo. Eu quero beijos. Estalados, fortes, de leve, de longe, de despedida, de chegada, de amigo, de amor, de angústia. Beijos, todos eles. Eu quero fé. Muita fé. Em qualquer coisa e em tudo. Eu quero sempre acreditar no que é bom e na melhora das pessoas. Eu quero problemas, desses que deixam a gente embaraçado e um alivio enorme quando resolvidos. Quero dores de cabeça de algumas horas e dias de sol que não pareçam ter fim. Quero frio acompanhado de companhia quente. Quero pipoca com Sazon e vinho. Eu quero amigos com piadas estúpidas e distraídos. Quero o amor, na essência simples. Eu quero sair na chuva, sem medo de me molhar. Eu não quero medos. Esse é um pedido importante. Eu quero olhar pro escuro e deixar que ele me olhe, sem a agonia de acreditar que ele está me invadindo. Eu quero ser luz. Quero ser brisa. Eu quero a calma da manhã e a intensidade da noite. Eu quero ser mais. Porque o muito nunca é o bastante. E a primeira vez é sempre a última chance (né, Renato Russo?). Eu quero justiça. E ver milagres, não, apaga isso, eu quero ser um milagre. Esse ano, dos vinte, foi complicado. Adquiri experiência de uns cinco aniversários. Ganhei muito, perdi outro muito. Fui passada pra trás e empurrada pra frente. Levada, me deixando levar. Eu consegui. Chego aos 21, como quem chega a um altar. É tempo de me ajoelhar e agradecer. Os pedidos são de praxe, eu sei que eles só dependem de mim. Sou grata ao mundo. Por todas as atrocidades, a violência e a mentira que fizeram de mim um ser humano mais humano. Sou grata as dores e quem me curou delas. Grata aos causadores das minhas loucuras. Sou grata pelo ar que respiro. Sou grata pelos anos que virão, pelo caminho que ainda vou percorrer, me perder. Eu sou grata por poder escrever. Por ser livre. Por ser alguém e pensar por mim mesma. Eu sou grata pelos meus 21. Pela verdade dos vinte anos que passaram. Eu sou grata a vida. Sou grata a Deus. Sou grata ao destino, a sorte, aos encontros e desencontros do acaso. Eu sou grata a mim.
É meu aniversário... Parabéns para mim!