quinta-feira, 16 de maio de 2013

Duas pétalas.


(Ler ouvindo Let It Be - Across The Universe)


Eu fiz um texto pra falar de silêncio. E nesse texto tinham muitas palavras que gritavam, então desisti. Eu fiz um texto que falava de decepção e angústia, mas acabei colorindo demais os versos, e o que era depressão, virou primavera. Eu tentei fazer um texto falando dos males da vida, dos problemas do mundo e toda essa crueldade que nos cerca, mas acabei fechando meus olhos humanos e abrindo minha alma pra exaltar a vida e os milagres do mundo, então rasguei a folha. Sentei sozinha e li tudo que havia escrito; depois de horas relendo cada texto, cada frase não terminada, cada ideia formulada e deixada de canto, cada introdução e tese sem conclusão, cheguei a uma teoria bonita: Eu nasci pra falar do amor. Como se estivesse parada em frente a várias ruas sem saber onde dariam, e ao entrar em cada uma, percebesse que todas levavam ao mesmo lugar. Entendi que não adianta fugir do que a gente é. Do que a gente faz e do que a gente é feito. Sou feita de amor. E repasso. Porque eu ouvi que o que é bonito é pra ser mostrado. E o meu amor é a coisa mais bonita que tem em mim. Consegui então, entender que não preciso fugir de mim pra ser quem quero ser. E falar do silêncio, da angústia, dos problemas, da vida e das cores. Porque tudo isso são apenas complementos, são pétalas. Pétalas que esperam a vida brincar de “mal-me-quer e bem-me-quer” pra vir à tona. Mas o amor, ah o amor é o bem-me-quer mais bonito da flor mais bonita. É o que envolve tudo isso e o que faz valer a pena. Conformei-me. Aceitei-me. Floresci. As minhas palavras gritam, porque meu peito não sabe falar baixo. E a primavera só nasceu em mim, depois de anos de cultivo de flores, espinhos e mãos cheias de terra. A gente só vê brotar aquilo que rega. E eu reguei, cuidei, deixei permanecer no terreno mais bem arado do meu jardim, esse sentimento. E não me arrependo. A vida sem amor não vale a pena. Não existe sorriso sem a emoção de amar. Não existo eu. Não existimos nós, sem algum tipo de romantismo e sentimento. No fim, eu fiz mais um texto piegas e uns versos clichês. Mas não fiquei desapontada. Eu sorri. E amei. Mas o amor é tão clichê, né? A vida é um eterno clichê. Quem diria, que amor.


Escrito em parceria com a menina com cara de coisas bonitas, G. Christini (
meussentimentoscongelados.blogspot.com.br)

8 comentários:

  1. Thaa, que lindoo! parece que foi feito pra mim! rs Parabéns por mais um dos seus textos maravilhosos! :D que Deus te abençoe cada vez mais! Sucesso é o que vc merece! bjos

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  2. Essa musica eh a melhor versao de todas! A sabedoria tem de vir de si, e a aceitação eh o primeiro passo. Let it be...

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  3. Esses textos, apesar de muitas vezes falarem sobre coisas pessoais, acabam sendo bastante inspiradores, porque cada leitor toma pra si aquilo que representa mais para ele. Parabéns.

    Almir Ferreira
    Rama na Vimana

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  4. Parabéns pelo texto, ficou legal!!

    http://blogdoitalogomes.blogspot.com.br/

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  5. Texto lindíssimo. Inspirador! Mesmo sem querer sempre acabamos falando sobre amor... Amor pode ser clichê, mas ele deixa a vida mais bonita!

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  6. Simplesmente lindo, e ficou perfeito com a música. Adorei a sua forma de escrever, as palavras parecem tão naturais que ativam as nossas imaginações! Simplesmente perfeito. :)

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  7. Com a trilha sonora escolhida, não há como se desviar das palavras certas. Abraços e sucesso com o blog!

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