quarta-feira, 20 de agosto de 2014

O meu.

Ler ouvindo Espirais.


A gente fica séculos sem se ver e nunca sabe quando vai ser o próximo encontro. Mas quando a gente vai ver, já estamos um com a mão no outro e eu te pedindo com um bico deste tamanho pra você cantar aquela música fofa do musical que você fez a uns anos atrás, mas você não canta. Quando a gente vê, já somos a gente de novo. Somos sempre. Porque você sabe minhas vírgulas e meus pontos finais. E você tem uma mania tão gostosa de perguntar mais de uma vez se to bem, só pra ter certeza. Só você. Assim como é só você que sabe tanto de mim, que lembra até as músicas que eu canto uma palavra errada. É sal ou sol? Eu não sei, mas você sabe. Quem mais chamaria minha mãe de "mãe" sem qualquer vergonha na cara? E mesmo depois de um tempão, você ainda ouve minhas novidades com aquele olhar interessado de quem deveria ter estado lá, em todos os momentos. E mesmo quando eu disse "Eu vou me casar!", você só riu com aquele seu riso que parece um soluço. E depois me perguntou de novo como eu estava, como quem quer ter certeza de que não to dando um passo ruim. Como quem quer ter certeza de que não vou me magoar. Mas você sabe, não importam os outros. Nem meu casamento, nem sua solidão mal administrada. Você sabe que em um universo paralelo, se tivéssemos outros corpos e formas e tivéssemos a mesma alma, nós nos reconheceríamos de cara. Mesmo que você tenha desistido do teatro e eu tenha largado a faculdade. Mesmo que você não deixe mais seu cabelo compridinho, pra eu passar os dedos. Mesmo que eu tire os cachos do meu cabelo, apesar de você odiar me ver de cabelo liso. Aqui ou no Cazaquistão. Em um mundo paralelo ou nos quilômetros que separam nossas residências. O que nós temos é gigante. E é tão bonito que transborda a gente. Ninguém mais consegue ouvir meus problemas existenciais, sem achar que faço sempre uma tempestade em copo d'água. Eu sei que faço. Mas e daí? Você me deixa fazer. E ainda ri, concordando e colocando toda a culpa dos meus problemas no mundo, no ocultismo ou no Getúlio Vargas. Tanto faz. E a gente discute sobre filmes, política e a farsa das surpresas do Kinder Ovo. Aí quando eu te vejo, tenho vontade de te abraçar até morrer. E isso nem fica exagerado, quando falo pra você. Eu só queria que você soubesse que ninguém tem uma parte tão sincera de mim. Que meu amor por você é um vaso de porcelana igual aquele outro texto meu, que você me mandou num dos atos mais lindos da sua vida. Eu quero te pedir pra não desistir. Nossos doze/treze anos são eternos. Foram selados com imitações dos The Beatles no meio da rua e com reencontros em igrejas quaisquer. Nosso encontro nunca é atrasado. É sempre quando tem que ser. E eu não sei do que chamar algo tão intenso, assim. Mas isso não é novidade, a gente nunca soube. Essa manhã, eu acordei pensando nos nossos destinos "desenhando espirais". Eu entendi o sinal. 
Eu sou a sua tempestade, você é o meu copo d'água.








2 comentários:

  1. Lindo, sempre choro. Saudades, saudades, saudades. Não tenho palavras.
    P.E.R.F.E.I.T.O.
    Lubis.

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  2. Lino o seu blog, adoramos.
    seguindo tudo já :)

    bjs

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