(Ler ouvindo Maria Gadu - Tudo Diferente)
Quero que me desculpe por não te enviar de fato essa carta,
mas a verdade é que não sei seu nome, nem seu endereço. Nem ao menos sei se
você existe, de fato. Mas eu que quero muito, que você exista. E algo dentro de
mim, diz que você não tá longe, que você não demora a chegar. E que seja assim,
como vou te pedir agora. Não demore muito pra vir, e pode chegar do jeito que
quiser, vou te reconhecer. Só sorria. Pode me perguntas as horas, pode ser meu
garçom e me indicar o prato especial da casa. Pode ser meu vizinho, pode
aparecer sem querer e sentar ao meu lado num bar. Mas sorria. Sorria e me faça
te olhar. Não tenha medo desse meu jeito de falar demais, nem da minha
expressão de tédio. Não se impressione com meus amigos, nem se assuste com
minha família. Não fale alto demais, mas me faça te ouvir. Prenda esses oitenta
braços que eu tenho, que vivem puxando e empurrando as pessoas o tempo todo.
Não tenha medo de mim, por favor. Seja mais alto que eu e use um perfume bem
cheiroso. Aqueles que deixam qualquer homem com jeito de mais homem. Seja bem
homem. Mas saiba comer. Use garfo e faca, sem precisar por o dedo no prato, pra
empurrar o pedaço de carne. Pode gostar de qualquer tipo de música, contanto
que me ensine a gostar também. Isso também é importante, me ensine todo tipo de
coisa. E pode ser simpático, mas não muito. Compre flores de vez em quando, pra
eu acreditar que você é um príncipe. Esconda as meias sujas, quando eu visitar
sua casa. Faça amor comigo. Sem me pedir pra virar as pernas pra cá ou lá. Só
faça amor. De qualquer jeito. Tenha uma profissão bem esquisita. Saiba jogar
xadrez. Goste de futebol, mas não seja fanático. Respeite meu espaço, meu
banheiro e a forma que organizo meus cremes na prateleira do box. Pode ser
ciumento, mas não daquele tipo possessivo. Seja amigo do meu pai. Não me ache
louca nem estranha quando eu chorar, no meio de um temporal. Goste de mim,
mesmo de pantufas. Pode ser meio esquisito e cantar mal, pode ter uma família
estranha, pode odiar comida japonesa, pode ser meio excêntrico, meio over. Mas
me conheça, não tenha medo de ouvir as barbaridades que vou te contar, nem da
minha capacidade de ler as entrelinhas de tudo que você disser. Seja meu,
simples, bom, tranqüilo. Seja como um grande amor deve ser. Ou então, esqueça
tudo que eu já disse e simplesmente seja real. Não precisa mais nada. Só exista.
Que lindo e criativo. O fechamento foi ótimo, pois depois de algumas exigências há 2 alternativas: cumpri-las e tornar-se real. Adorei. pena não deu pra ouvir a música de maria Gadu.
ResponderExcluirFafáBarbosa
Belo e intenso o texto...
ResponderExcluirBELO BLOG.
ResponderExcluirPORTAL DA LÍNGUA INGLESA.
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Oi !
ResponderExcluirVim aqui avisar que você foi indicado no meu blog! Acesse e veja como funciona!
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adorei o texto
ResponderExcluirEla acaba sendo algo alternativo de certa forma, pois o gosto não é pra todos, apesar das boas letras!
ResponderExcluirhttp://www.ziqzira.com.br/
adorei o texto, ainda mais ouvindo M Gadu que eu amo demais, ficou melhor ainda.......
ResponderExcluirTe convido a visitar o meu blog, bjs da Nany
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Ser homem, não menino. Diria que é o mesmo que os homens procuram: mulheres, não meninas.
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