sábado, 26 de julho de 2014

Eu só.


Eu só escrevo. É o que consigo fazer com alguma maturidade. De resto, continuo mulher. Pequena, de mãos curtas e abraços longos. Escrever é o que me dá prazer ou tristeza. As vezes, ambos. Nem sempre com total controle: os textos me acontecem, feito uma cachoeira de palavras na minha mente. Gostaria que algum dia alguém pudesse enxergar isso. Um verso seguido de outro, feito água. Mas eu só escrevo, nada mais do que isso. Pra mim, isso é muito, eu sei. Mas isso não faz de mim imortal, adequada, feliz ou com traços de perfeição. Longe disso, escrevo mesmo é porque sou errada. É porque sou errante. Peco também. Por isso, não sou mais sábia ou mais bem-resolvida que ninguém: escrevo também o que preciso ler, aprender, o que busco nesta caminhada, o que já experienciei e talvez não tenha aprendido. Tenho uma sensibilidade exagerada e sofri muito com isto antes de aprender a canalizá-la. A escrita acalmou meu coração. Tenho dias em que tudo está cinza e que não quero mais nada além de ouvir músicas ou ler poemas bem down. Eu só escrevo. Um outro alguém talvez só cante. Uma outra pessoa talvez só dance. Somos todos escravos daquilo que amamos. Eu sou escrava dos meus versos, com muito amor. Tenho apego pelas palavras, como quem cuida de flores. Gosto de pensar assim. Quem sabe elas não floresçam em outro coração? Por isso escrevo. Por isso eu sonho. Porque gosto de acreditar que faço diferença, assim. Gosto de achar que as palavras são capazes. Sou capaz, também. Eu escrevo.







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