sexta-feira, 13 de junho de 2014

O depois.

Ler ouvindo As cartas que eu não mando.


E depois, meu bem? E se o amor acabar? 
Tudo acaba, eu sei. As bolachas no pote, o dinheiro na carteira, os dias acabam, até a água acaba. E depois que a música para, você olha pro lado e não vê ninguém? E depois que você percebe que amou sozinha, que não tem mais ninguém por perto... E depois? E se choro não adiantar, se o vazio não se preencher? E se a vida for mais complicada do que parece? Eu tenho tantas dúvidas. Meu coração tá tão apertado. O que que a gente faz da vida sem o amor? Como é que a gente explica pro coração que era tudo engano? E depois, como é que a gente vive?
Quer saber mesmo? 
A gente chuta o balde. Fala uma bobagens sozinha na frente do espelho. A gente jura vingança. A gente pede pra Deus pra tirar o ódio do coração. A gente vive na rua procurando abrigo em qualquer abraço. A gente encontra amor em qualquer esquina. A gente cava um buraco e se esconde dentro, pra poder chorar e ninguém ver. Mas a gente sobrevive. E a vida continua batendo, o amor continua indo embora. As pessoas continuam vivendo suas vidas, tomando seus chops nos bares e a novela na tv não acaba. A novela continua. A gente continua. E o amor continua, em outra vida. Em outra história, em outra direção. E depois? Depois a gente encontra outro amor, a gente escolhe outras músicas, pra cantar. A gente conta a história e dá risada. A gente fica mais forte.
O amor tem dessas coisas, a vida também. Eu já passei por isso, você vai passar. A gente passa. Se eu acredito em amor, mesmo assim? Acredito. No amor, nas pessoas. Acredito na força que existe na gente. Acredito que a gente nunca pode perder a vontade de deixar o coração falar. Mesmo que ninguém entenda: meu coração grita. Ele pede passagem e diz que não se importa se amanhã não for nada disso. Ele diz que vai ser sempre assim, inteiro. Exposto. 
Eu prefiro morrer de amor. Eu prefiro viver. 









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