terça-feira, 13 de maio de 2014

O que eu não posso morrer sem dizer.

Ler ouvindo Made in Heaven.



Eu amei. Amei o mundo e a vida e as pessoas. Amei os versos e vivi pras palavras. Escrevi tudo aquilo que senti. Escrevi mais. Coloquei em mim, a leveza dos meus versos. Demorei a ser quem gostaria. Demorei anos pra compreender minha mãe, coitada. Uma criatura rara, ela. Difícil de amar, difícil de esquecer. Tão certa de si e tão simples. O amor é um sentimento engraçado, a gente não entende bem. Eu tive tantos amores que ao pensar neles, poderia sorrir a vida toda. Meu avô. O homem mais bonito que poderia existir. A primeira pessoa que amou meus erros e enxergou minha alma, como ela é. Frágil, dolorida, intensa. Ele foi meu lar, quando minha casa não abrigava meu coração. Ele foi tanto, que quando foi embora deixou um vácuo que nunca pude preencher. Eu o amei e o amaria por mil vidas. Dentre as almas que mais amei, fica também meu pai. O dono dos meus olhares de mais amor. O meu exercício de perdão, o abraço mais esperado da semana. O galã que me chamava de Marilyn Monroe, aos 4 anos de idade. O senhor que me olhou ainda ontem, com um amor tão sincero que chega a me doer o peito. Minha irmã, Gisele. A pessoa que mais tentei agradar e imitar a vida inteira. Um exemplo de mulher, de mãe, de pessoa. Natália, minha exceção. A pessoa por quem eu fiz tudo que não faria pra mais ninguém. Minha melhor risada, meu maior cuidado. Amor na essência, sabe? Sabe, ela sabe. Ela seria capaz de dissertar minha mente e coração, como ninguém. Mas pra minha sorte, ela nunca foi de falar muito. E das minhas boas lembranças, ficam meus amigos. Saudade gostosa de sentir. Que fique registrada a minha risada, como marca de que passei pelas suas vidas. Meu amor tranquilo, meu Juliano. O menino que me amou, quando ainda era uma criança. E depois, quando homem me ensinou a amar. Fez da minha alma, pluma de tanta leveza. Fez do meu coração um porto bom pra descansar. Fica minha gratidão, minha dedicação de sempre. Meus versos mais bonitos ficam escritos na memória, são prova do amor mais real que poderia ter vivido. E pra falar de amor e sorrir, eu termino essa elegia com meu pequeno príncipe. Otávio César. O homem que dobrou minhas envergaduras e amansou meu sorriso. O homem de seis anos de idade, que foi e sempre será o amor da minha vida. Filho da minha irmã e dono de uma porção gigante do meu coração. 
E a todos peço que lembrem de mim como vou me lembrar de vocês: sorrindo. 
Se deixei pouco em riqueza material, pra compensar deixei tudo que sou, de coração. 
Deixei meus versos e sorrisos, como legado. 
Deixei meu amor.









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