segunda-feira, 8 de abril de 2013

Desistência.


(Ler ouvindo Cazuza - Codinome Beija-Flor)

Hoje eu acordei com uma vontade absurda de te ligar e dizer que sonhei com você. E no sonho você me amava. Quando eu acordei, eu chorei porque vi que tempo passou e o amor já nem faz mais diferença. E eu desisti. Hoje eu queria te falar bobagens do meu dia e te jurar que nunca mais vou escrever sobre você, mas aí eu lembrei que pra todo mundo existe alguém assim, como você existe pra mim e que os textos sobre você são sempre bons e eu desisti. Hoje eu diria sobre aquela vez que você me disse que eu era inteira linda e eu nunca me senti tão nua, mesmo de agasalho sentada da calçada. Hoje eu diria qualquer coisa pra você ficar um pouco mais. Talvez te pedisse pra contar uma das suas histórias chatas ou falasse da minha infância. Hoje eu pagaria seu jantar num restaurante e te ensinaria umas palavras em francês. Hoje eu confessaria que jamais gostei tanto de alguém de um jeito tão dolorido. Hoje eu mudaria meu cabelo, meu nome, vestiria outra vida pra te ter, nem que fosse só um pouquinho. Hoje eu daria tudo pra sentir aquela agonia de um amor sem sentido de novo. Hoje eu voltaria no tempo só pra te dizer tudo que eu nunca disse. Compraria flores. Faria uma serenata. Iria te pedir com jeito: me ama, vai... não me deixa ir embora. Ia chorar deitada na sua cama dizendo que eu sempre tive o amor de quem eu quisesse, mas que você não era qualquer um e eu queria seu amor. Porque você sempre foi diferente. Mas eu desisti. Eu desisti do amor sujo de quem não sabe amar. Eu fugi. E me entreguei pra outros e senti o gosto de bebidas que nem saberia enumerar. Eu amei outra pessoa. E nunca mais te liguei pra dar bom dia. Eu desisti de você. E insisto em desistir. Porque eu insisti tanto pra você me amar, que desisti de insistir. Mas ai eu sonhei com você e no meu sonho você me amava, ai eu desisti de desistir e escrevi de novo que te amava. E publiquei outro texto sobre você, porque o tempo já desistiu de me fazer esquecer.