sábado, 16 de fevereiro de 2013

Se é pra falar de amor.

( Ler ouvindo Nando Reis - Muito estranho)



Os contos de fadas, as novelas e filmes adolescentes sempre me fizeram acreditar no amor. E naquelas baboseiras de eternidade, o bem sempre vence, a malvada se dá mal e barara biriri. Aí eu cresci. Mas como boa mulher que sou, mantive a crença nesse amor indecentemente perfeito. E andava pelas ruas, com os olhos arregalados, louca pra encontrar o príncipe. O meu príncipe. Aquele, de tirar meus pés do chão, fazer meu mundo girar, das músicas do Roupa Nova e Roberto Carlos. Ele nunca veio. E eu fui me apaixonando por semi príncipes. E fui desacreditando do amor. E do bem sempre vencer. E do Roberto Carlos. Chega uma hora que a ficha cai. E eu entendi, da pior forma, que o amor não tem nada a ver com mundo girando, nem com pés fora do chão. Depois de desejar por anos um amor que me fizesse suspirar, hoje eu entendo que o amor é silêncio. E maturidade. E amizade. E não dizer nada, quando quiser dizer tudo. E aparecer na hora certa. E não precisar de grandes histórias, músicas, frescuras. Porque contos de fadas são uma mentira absurda. E as novelas são piadas. Amor é ter os dois pés no chão. E entender que não existe perfeição e principes e bruxas. E conhecer defeitos e aceitar. E mais do que tudo, querer. Querer e fazer valer a pena. Porque a gente é tão frágil, cara. A gente é tão pequeno pra falar de eternidade. Mas então, pra que falar? Amor é conta pra dividir, problema pra resolver e rotina pra acertar. Ouvir Roupa Nova e rir. Aceitar ser imperfeito. E rir de novo. Todo dia. Sem pensar no amanhã, porque o amor não permite datas. E não aceita desfeitas. Entende que o amor é lindo, mas é difícil. E dolorido, quase sempre. Enquanto você se preocupa com o 'pra sempre', se perde no 'todo dia'. Vive hoje. Aproveita. Joga tuas idéias sobre amor no lixo e vai viver de verdade!

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

A crise.



(Ler ouvindo Snow Patrol - Open Your Eyes)


O triste do amor é que nunca sabemos quando ele acaba. E é difícil se entregar a algo que você não saiba onde vai dar...  Nós dois dissemos que seria pra sempre. Todos dizem. Mas não foi, nunca é. E o que eu vou levar de nós? Vou levar o que sobrar. Os presentes, as lembranças. Alguns boletos, o sentimento que ainda for bom. Lembra o dia em que você jurou que faria eu te amar? Eu vou levar esse dia pra mim. E quando depois daquele sexo bom, eu chorei te perguntando se aquilo era amor e você me abraçou e chorou comigo, porque o que nós tínhamos era incrível. E era amor. Era amor o nome que você procurava nas suas músicas, cantando pra mim. E era amor o fato de eu não conseguir escrever sequer dez linhas sobre você. E as palavras me faltarem tanto. Mas aí você mudou e as palavras apareceram. Como quando eu disse que me magoaria você me deixar sozinha, pra beber com seus amigos e você foi, dizendo que era bobagem. Eu era mesmo uma bobagem pra você. Só que eu ainda não tinha percebido. O amor é uma bobagem, não é? É sempre de um final tão triste. A vida é uma bobagem. O problema é levarmos tudo a sério demais. Eu acreditei mesmo em nós. E todos os nossos planos e noites imaginando criancinhas que tivessem seu sorriso honesto. E eu rezava pro nosso assunto não acabar. Nunca. Vê como fomos inocentes? Dizíamos 'pra sempre' e eu rezava pelo 'nunca'. Se tivéssemos apostado menos, talvez fosse mais fácil agora. Talvez eu não tivesse que ir embora. Talvez nós simplesmente nos despediríamos, como bons amigos que fomos um dia. E seguiríamos cada um, o seu caminho. Não é fácil imaginar a vida sem alguém que você dividiu tudo que não se divide com alguém. Era amor sim. Eu sei que era. Mas eu não sei pra onde ele foi e isso me dói. E me dói te ver doendo. Porque você não chorou na morte do seu avô, mas eu te vi chorando quando sai batendo a porta na outra semana. E quando você sentou na minha frente e pediu que tentássemos. Eu vi que era amor. Eu nunca imaginei que escreveria sobre amor e despedida, num mesmo texto. Eu nunca quis escrever sobre você. Eu nunca imaginei que o 'pra sempre' ia acabar. 

(...)
Eu nunca imaginei que iria escrever esse texto e no dia seguinte, iria me apaixonar de novo por você. E por nós dois. E ia rir pensando o quanto chorei e lamentei um amor que tinha se escondido, atrás da rotina. E quase me bater por ter cometido um engano tão grave. E o que eu vou levar de nós? O pra sempre não existe mesmo. O amor é todo dia. Um dia após o outro...