quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Marcha Fúnebre.



(Ler ouvindo Queen - Made in Heaven)

As mortes nos cercam, de todos os lados, todos os dias. E nem ao menos nos damos conta disso. Se percebêssemos, talvez tivéssemos menos medo dessa palavra. Morte. Ontem morreu minha expectativa de que novela pudesse ser legal. Há algumas semanas morreu uma briga sem palavras entre mim e alguém que amo. Morte feliz. Velório com festa. Morreu meu medo de ser amada. Já matei também. Matei sentimentos feios, dentro de mim. Já matei um amor. Morte triste. Dolorida, chorada por dias. Por semanas. Por dois anos. Matei amizades que não me acrescentavam. Morri na vida de muitos, velei outros tantos. Matei a pau uma discussão com a vizinha. Matei a fome. Matei o tédio. Matei minha vontade de ouvir aquela voz, meu Deus, que vontade. Matei, ouvi, passou, enterrei. Morri tantas vezes. Deitei no chão de dor e achei que não ia mais levantar. E sempre sozinha. Renasci, mais sozinha ainda. E mais forte. Matei tantos sonhos meus. Matei aulas e palestras. Matei mentalmente tantas pessoas. E a vida morre tanto, todo dia. Minhas células morrem enquanto escrevo esse texto. Você sai de casa e dá um passo para a morte. É a vida, as pessoas dizem. Mas será mesmo? É a morte, eu acho. A morte chega atrapalhando nossos planos, quebrando nossa rotina, dando chutes na nossa cara mostrando quem é que manda. Dizendo pra ligarmos hoje pra quem amamos. Dizendo pra não esperar amanhã, o amanhã não existe. Imagina se ela decide te levar durante a noite? Aí fudeu. Morreu. Acabou. Mais uma nota no jornal e um telefonema de amor a menos. A morte vem pra mostrar o quanto somos frágeis. Pra nos chacoalhar e nos pedir pra viver. Olha só, daqui a pouco eu chego e não vai dar tempo. Você não vai conseguir pedir o seu aumento pro chefe, nem arrumar seu armário, nem ir pra Fortaleza, nem pedir desculpas pra sua mãe, nem mudar os móveis da sala de lugar. Eu vou chegar e você nem vai ver. Não vai ver mais nada. Isso assusta, né? A vida tá aqui pra ser vivida hoje, agora, cada segundo, cada milésimo de segundo. O tempo não pára (né, Cazuza?). A vida não espera e a morte, meu querido, muito menos. Então aproveita. Sente tudo que tiver que sentir. Faz tudo que tiver vontade, seja livre. Não espere a morte chegar pra você perceber que ela não tem vida pra tirar de você. Medo da morte, eu até entendo, mas pra esse medo de viver? Afinal de contas, o que você faz é viver ou só sobreviver?

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Womanizando!

(Ler ouvindo Queen - I want to break free)



Num mundo onde os homens e o machismo dominam, ser mulher é como ter uma aventura diária. Ser uma grande mulher, então... É um puta esforço. E olha o machismo aí, não é um puto esforço, é uma puta. Uma mulher prostituta. Porque homem tem direito a tudo... Ele pode comer sem se preocupar se vai engordar. Pode comer sem se preocupar em ligar no dia seguinte. Afinal de contas: ele é homem. E mulher? Mulher tem ser magra, tem que ser comportada. Sexo? Só se for com amor. E com um homem só, de preferência. Mulher que fala de sexo então? Depravada. Mulher que usa roupa curta? Vadia. Mulher que não cozinhar? Não teve mãe. To cansada, viu? Cansada mesmo. Eu quero poder ter TPM, sem ser julgada por isso. Quero não ser considerada louca por arroubos sentimentais, hormonais e existenciais. A necessidade de um homem por uma cerveja num bar é a mesma que nós temos por uma tarde de compras. O mesmo fanatismo de um homem pelo seu time é o nosso ciumes, que é considerado insano. O seu PS3 é o meu chocolate. O seu filme do Stallone é a minha comédia romântica. O nosso cinismo é resultado da falta de atenção do mundo. Qualquer vitória feminina é considerada a quebra de um tabu. E os comentários? Ah apesar de ser mulher, ela foi bem. Agiu feito homem. Porra! Eu sou mulher sim. E choro vendo novela sim. Mas acho que tenho mais testosterona que muito marmanjo coçando o saco por aí. Tem que ser muito forte pra aguentar marido, a camisa que você não lavou, a compra que você não fez, o chão que não deu tempo de limpar, o filho, inscrição da natação, apresentação de balé, a bola que estourou o vidro do vizinho, o trabalho, o chefe que está assediando, a estagiária que está tentando roubar seu lugar. Um mundo que insiste em te chamar de sexo frágil e chamar o babaca sentado no sofá com as pernas pra cima de sexo forte. Quero bater palmas a todas nós, que somos guerreiras diárias, que somos as Marias, Paulas  e Saras. Que choram na TPM, que sofrem de cólicas todos os meses, que se equilibram em saltos altíssimos e são obrigadas a viver estereotipadas. Sem direito a choro. Porque isso é frescura de mulher. Sem direito a amor, porque até aí zombam de nós. Somos obrigadas a nos acostumar com a baixaria, com a banalização. Palmas pra nós. Palmas e mãos erguidas, pra dizer "Não!", pra dizer "Chega!". Pra dizer que a história vai mudar. E já está mudando. Porque o mundo é nosso. O mundo é das mulheres. Do sexo frágil. Do sexto sentido. Dos sutiãs queimados e das primeiras presidentas mulheres no mundo. O mundo é cor de rosa e quem não quiser conviver com isso, que se mude. 
Os homens podem ser de Marte, mas as mulheres são da Terra!


quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Todas.


(Ler ouvindo These Days - Bon Jovi)


Você me olha com os seus olhos bonitos e as coisas parecem fáceis. A vida parece fácil, mas infelizmente as coisas não são bem assim, eu não sou bem assim, não tenho nada de simples. Não é fácil ser eu. Sou difícil de conviver, comigo. Tenho uma opinião diferente de mim, o tempo todo. E acabo sempre discutindo minha relação, comigo mesma. Eu sei que você não entende muito dessa minha complexidade de ser tantas e uma só. Tantas em uma só. Mas não tem problema... Todas elas te amam, assim como eu. E com você, eu sou poucas. Você conseguiu fazer dormir todas as outras. A equivocada, a precipitada, a orgulhosa, a impossível. Ficaram só a ciumenta, a boba, a interessante. A irônica ficou, mas ela combina com você. Todas de mim querem o seu bem, acima de tudo. Não me perde...  Eu não quero ser uma má lembrança na sua vida. Você me fez acreditar em coisas bonitas e esse sorriso que eu tenho hoje é maior que qualquer vontade minha de ser realista. Não tem problema se essas coisas bonitas não existirem, eu só não quero que a magia acabe. Eu não quero que a música acabe e eu descubra que eu dancei sozinha. Dança comigo, até o final. Mesmo que depois da música você vá embora. Eu não quero que morra essa esperança boa de que ainda existe sentimento no mundo e que o Gandhi não estava errado. Eu não quero ser mais uma pessoa que chegou a conclusão que relacionamentos são só rotina. Eu quero que as pessoas me olhem e vejam você. Eu quero que os sorrisos que eu dei a vida toda, voltem. Eu quero que você não se canse do meu jeito de falar doce demais, quando você quase dorme e eu fico te pedindo pra acordar, porque eu tenho medo do escuro. Eu quero que eu não me canse dessa sua rotina agitada e dessa sua vontade de estar sempre por aí, com tanta gente. Eu quero que você não se canse de estar com todo mundo, mas voltar sempre pro meu colo. Eu quero nunca duvidar, dentro de mim, do quanto você é único. E que haja sempre essa vontade de não se cansar. Pra dizer a verdade, eu só quis escrever porque eu acordei hoje pensando no quanto você fica lindo enquanto ri. Eu quero te fazer rir, sempre. Porque pra mim, é a unica coisa que importa. Pra todas de mim.


Hoje meu post é pessoal. Mais que pessoal, é íntimo. 
Quinta feira completo 1 ano oficial ao lado do homem mais 
lindo do mundo. Não sou boa escrevendo pra ele... me 
perco toda nas palavras, mas eu queria muito 
dividir isso com vocês. Obrigada e beijos!